sábado, 19 de setembro de 2009

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quinta-feira, 10 de setembro de 2009

De Olho Neles


Ao leitor;


Eu, César Paranhos, informo que, no ultimo mês de Maio estive pessoalmente na Câmara dos Vereadores em São Paulo, para levar ao conhecimento da vereadora do PSDB, Mara Gabrilli, o programa Inclusivo, (mencionado abaixo nesse blog), na expectativa de que a prezada vereadora pudesse conhecer um pouco sobre o meu trabalho como jornalista. Uma vez, que o Inclusivo é um projeto voltado ás pessoas com deficiência “caráter” de trabalho da vereadora.

Ao chegar no gabinete da Mara Gabrilli com o programa em mãos, fui recebido e encaminhado pelo Assessor de Imprensa, Alexandre Taleb, à também Assessora, Aline Oliveira Morais, que recebeu o meu projeto e se comprometeu a passá-lo para a vereadora, Mara Gabrilli e me enviar um parecer da mesma.

Dois meses após o encontro e, eu, ainda não obtive se quer um telefonema por parte da Vereadora ou de sua Assessoria sobre o assunto em questão. Aproveitando o espaço, gostaria de reafirmar o meu respeito para com todos os profissionais envolvidos no caso e apenas pedir-lhe, que também respeitem o meu trabalho.




Tudo Igual

Na primeira quinzena do mês de Agosto, estive novamente na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Agora para levar o meu trabalho ao conhecimento do vereador do PC do B, Netinho de Paula, cujo material foi entregue em mãos e o mesmo me prometeu pessoalmente analisá-lo e entrar em contato comigo.

Até o presente momento, eu não obtive nenhum retorno por parte dos ilustres vereadores, será que é porque não estamos em período eleitoral?


Sem Mais,

César Paranhos
Jornalista.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bibliografia

CARVALHO, M.F. Aspectos da dinâmica interativa no contexto da educação de crianças e jovens com Síndrome de Down. In GOES, M.C.R., SMOLKA, L.B. (orgs). A significação nos espaços educacionais: interação social e subjetivação. São Paulo: Papirus, 1997.

CARVALHO, R.E. A nova LDB e a Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1998.

_______Falando da interação da pessoa deficiente: conceituação, aplicabilidade e viabilidade. In MANTOAN, M.T.E e colaboradores. A Integração de Pessoas com Deficiência. São Paulo. Mennom, 1997


COSTA, Hipólito J., apud Antonioli, Maria Elisabete, Ensino de Jornalismo e Legislação Educacional . São Paulo: L’Editora, 2006, op.cit.,p.22

DORÉ, R. WAGNER, S; BRUNET, J. A Integração Escolar os principais conceitos, os desafios e os fatores de sucesso no secundário. In MANTOAN, M.T.E., e colaboradores. A Integração de Pessoas com Deficiência. São Paulo. Mennom, 1997.

KOTSCHO, Ricardo apud, Demetrio Darci, Introdução à prática do jornalismo, 1989 Ed. Vozes Ltda, Petrópolis - Rio de Janeiro, op. cit. P.13

LUSTOSA, Elcias. O texto da Noticia. Brasília, Ed. UNB, 1972.

MEDINA, Cremilda Celeste de Araújo. Entrevista, o diálogo possível. 1986. 4ª ed. São Paulo. Àtica, 2002.

MORIN, Edgard. A entrevista nas Ciências Sociais, na rádio e na televisão. In MOLES, Abraham A, et.al Linguagem da Cultura em Massa. Petrópolis. Vozes, 1973.

ORTRIWANO, Gisela. S.: A Informação no Rádio. Vol.3 – São Paulo: Summus, 1985.

RIBEIRO, José C. Sempre Alerta – condições e contradições do trabalho jornalístico. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.

ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo. Brasiliense. 10ª ed. 1994.

SASSAKI, Romeu K. Construindo uma Sociedade para Todos. 3ª. Ed. Rio de Janeiro. WVA, 1999.
SOUZA, Jésus B. de. Meios de Comunicação em Massa. São Paulo. Scipione, 1996.

STRNADOVÁ, Vera. Como é ser surdo. Rio de Janeiro: Babel, 2.000.
TAVARES, Mariza; FARIA, Giovanni. CBN, A Rádio que Toca Notícia. São Paulo. Edição SENAC, 2006.

Artigo de Periódico

CAVALCANTE, Jouberto de Q. P & NETO, Francisco F.J.apud Artigo. Periódico Revista do Direito Trabalhista N.11; p. 17, Reg.13/97 Nov.

Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Convenção n. 159 de 20 de junho de 1983, apud periódico Revista do Direito Trabalhista N.11 Reg.13/97 Edição: Nov.2004.

Legislação

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL - Lei Federal nº. 8.213/91 – datada de 24.jun.1991 – Brasília.

Obras Consultadas online

COM BASE EM DADOS POPULACIONAIS DO CENSO DEMOGRÁFICO 2000 – IBGE Disponível em: Acesso 02.Abr.2008

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, apud: Acesso 31.Out.2008.

FREUD, Sigmund. Apud MOREIRA, Leliane M. A. Gliosce Artigo: Psicanálise de crianças: de que estamos falando? <> Acesso 16.Maio.2.008

O Estado de São Paulo, publicação maio.2002, apud Sassaki.“Como Chamar as Pessoas que têm Deficiência”. Artigo disponível em:<> Acesso em 05.abr.2008.

NASCIMENTO, Amarildo M.S – PSB – TO. Apud Pauta de Projeto de Lei N. 708, de 2003 Acesso em 11.Set.2008

PASTORE, José. Apud. O Trabalho dos Portadores de Deficiência. Artigo disponível em Acesso em 08.set.2008

PENSAMENTO EXTRAÍDO DO CERIMONIAL E PROTOCOLO COLETÂNEA GERAL DE FRASES. Disponível em: Acesso em: 17.set.2008

RIBAS, João B. C., “Para o Espírito Amputado Não há Prótese” Artigo disponível em: <http://saci.org.br/> Acesso em 19.Agosto.2008

SÃO PAULO. Deliberação CEE n. 46/05 de 31.mar.2.005. Acesso 14.Maio.2.008

SASSAKI, Romeu K. Vida independente:conceitos,filosofia e fundamentos, São Paulo: RNR, 2.003 p.12-16 apud, . Acesso em 05 abr.2.008.

SKLIAR, Carlos. As Armadilhas de um Sistema de Exclusão. Artigo disponível em: Acesso em 23.set.2008

TEXTO “Projeto de Regulamentação da Profissão de Jornalista”, apud ABREU, Raissa/ Repórter da Agência Senado Acesso em 11.Set.2008

TORQUATO, Gaudêncio apud Kunsch, Margarida M. Krohling, Artigo: Novos Desafios para o Profissional de Comunicação. Disponível em: Acesso em 13.out.2008

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Conclusão da Pesquisa


Muito embora exista a nova nomenclatura, pessoas com deficiência, em relação aos deficientes a mesma ainda não caiu no uso popular que ainda os trata por portadores de necessidades especiais.


Com as entrevistas realizadas, ainda que com uma amostra pequena, comprova que os portadores de necessidades especiais formados dos cursos de graduação, especialmente em Comunicação Social habilitados em Jornalismo, ainda não estão inseridos de acordo com sua capacitação, mas apenas são contratados para ocupar cargos aleatórios ao cumprimento da Lei de Cotas como se confirmou nessa pesquisa.


O que se procura formar é um portador de necessidades especiais que seja independente, competente e comprometido. Independente no sentido em que conheça, acredite e utilize as diversas possibilidades; competente sentido de ter o domínio e comprometido com sua formação e desempenho.


Diante de algumas evidências comprovadas podemos concluir que a Lei de Cotas está sendo exercida, porém conta com a exclusão de necessidade mais evidente. Uma vez que ao se contratar a cota, verifica-se que as deficiências encontram-se dentro de uma mesma classe de necessidade física, o que não oferece oportunidade de trabalho a outros portadores.


Percebe-se, neste estudo, a necessidade de uma integração permanente e contínua entre a capacitação e a viabilização de contratação digna a essa classe de pessoas, sendo necessário para tal uma mobilização social no sentido de educar as pessoas para que as mesmas tenham uma visão mais ampla sobre esses profissionais.


Talvez com o surgimento de novos projetos voltados para esse público, possa-se trazer cada vez mais esta questão à tona, mudando essa realidade, pois até então nenhuma forma de inclusão social foi suficiente para garantir ou exigir da sociedade mudanças de atitude, área física, objetos e práticas sociais necessárias para receber essas pessoas como cidadãos aptos a enfrentar as dificuldades impostas.


O grande desafio para a sociedade e, na verdade, tomar consciência da necessidade de evitar abordagens superficiais aos deficientes, permitindo uma vida igual para todos.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Introdução



Com a democratização do ensino, um novo público adentrou as escolas brasileiras com o objetivo de iniciar a sua formação educacional. A formação de profissionais para atuar em Comunicação Social - Jornalismo vem ganhando espaços importantes de discussão.


A pequena quantidade de portadores de necessidades especiais inserida na área de formação de profissionais para atuar em jornalismo, somada à necessidade de formar um número cada vez maior de profissionais de nível superior para essa área, justifica a importância em pesquisar esse tema, principalmente levando-se em conta que esses profissionais, possuem a mesma capacidade em habilitar-se como qualquer outro.


A pesquisa concretizou-se em três fases: a primeira foi uma etapa de estudos preliminares das teorias envolvidas no tema, na segunda, fez-se a delimitação do tema, restringindo a pesquisa de portadores de necessidades especiais existentes e inseridos na área de Comunicação Social – Jornalismo.


Na terceira fase, analisaram-se os resultados obtidos nas etapas anteriores, para a elaboração deste trabalho como exigência parcial para conclusão de curso.


Para uma melhor estruturação, o trabalho foi dividido três capítulos a seguir: no capítulo I, “O portador de necessidades especiais”, descrevem-se diversas necessidades especiais.


No capítulo II, ”Mercado de trabalho” procede-se à pesquisa dos dados obtidos com a pesquisa divulgada pelo IBGE, e Leis de Cotas e apresentam-se as considerações a respeito da inserção desses cidadãos no mercado de trabalho e propostas para os mesmos de acordo com sua habilitação e capacitação.


No capítulo III, “O Profissional de Comunicação” procede-se à pesquisa dos dados de formação, tecnologias, inclusão desses profissionais, obtidos através de entrevistas de profissionais portadores de deficiências, ou não, já inseridos na área.


Com a democratização do ensino, um novo público adentrou as escolas brasileiras com o objetivo de iniciar a sua formação educacional. A formação de profissionais para atuar em Comunicação Social - Jornalismo vem ganhando espaços importantes de discussão.


A pequena quantidade de portadores de necessidades especiais inserida na área de formação de profissionais para atuar em jornalismo, somada à necessidade de formar um número cada vez maior de profissionais de nível superior para essa área, justifica a importância em pesquisar esse tema, principalmente levando-se em conta que esses profissionais, possuem a mesma capacidade em habilitar-se como qualquer outro.


A pesquisa concretizou-se em três fases: a primeira foi uma etapa de estudos preliminares das teorias envolvidas no tema, na segunda, fez-se a delimitação do tema, restringindo a pesquisa de portadores de necessidades especiais existentes e inseridos na área de Comunicação Social – Jornalismo.


Na terceira fase, analisaram-se os resultados obtidos nas etapas anteriores, para a elaboração deste trabalho como exigência parcial para conclusão de curso.


Para uma melhor estruturação, o trabalho foi dividido três capítulos a seguir: no capítulo I, “O portador de necessidades especiais”, descrevem-se diversas necessidades especiais.


No capítulo II, ”Mercado de trabalho” procede-se à pesquisa dos dados obtidos com a pesquisa divulgada pelo IBGE, e Leis de Cotas e apresentam-se as considerações a respeito da inserção desses cidadãos no mercado de trabalho e propostas para os mesmos de acordo com sua habilitação e capacitação.


No capítulo III, “O Profissional de Comunicação” procede-se à pesquisa dos dados de formação, tecnologias, inclusão desses profissionais, obtidos através de entrevistas de profissionais portadores de deficiências, ou não, já inseridos na área.


Com a democratização do ensino, um novo público adentrou as escolas brasileiras com o objetivo de iniciar a sua formação educacional. A formação de profissionais para atuar em Comunicação Social - Jornalismo vem ganhando espaços importantes de discussão.


A pequena quantidade de portadores de necessidades especiais inserida na área de formação de profissionais para atuar em jornalismo, somada à necessidade de formar um número cada vez maior de profissionais de nível superior para essa área, justifica a importância em pesquisar esse tema, principalmente levando-se em conta que esses profissionais, possuem a mesma capacidade em habilitar-se como qualquer outro.


A pesquisa concretizou-se em três fases: a primeira foi uma etapa de estudos preliminares das teorias envolvidas no tema, na segunda, fez-se a delimitação do tema, restringindo a pesquisa de portadores de necessidades especiais existentes e inseridos na área de Comunicação Social – Jornalismo.


Na terceira fase, analisaram-se os resultados obtidos nas etapas anteriores, para a elaboração deste trabalho como exigência parcial para conclusão de curso.


Para uma melhor estruturação, o trabalho foi dividido três capítulos a seguir: no capítulo I, “O portador de necessidades especiais”, descrevem-se diversas necessidades especiais.


No capítulo II, ”Mercado de trabalho” procede-se à pesquisa dos dados obtidos com a pesquisa divulgada pelo IBGE, e Leis de Cotas e apresentam-se as considerações a respeito da inserção desses cidadãos no mercado de trabalho e propostas para os mesmos de acordo com sua habilitação e capacitação.


No capítulo III, “O Profissional de Comunicação” procede-se à pesquisa dos dados de formação, tecnologias, inclusão desses profissionais, obtidos através de entrevistas de profissionais portadores de deficiências, ou não, já inseridos na área.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Abstract

The main idea of this research is to bring to discussion the theme “People with Disabilities inside Journalism” in an academic sense solidifying bases in psychological concepts about the “different one” nowadays.

Through the project “Gifted Included – People with Disabilities in Journalism” – Our Wheeled Reporter César, intends to show the difficulties of moving around and professional acceptance that wheel-chaired people face in big urban centers. To do so, it was researched about the taboos that still exist towards handicapping. Besides that, in order to elucidate theses difficulty, prejudice and difference matters, we sought to understand the concept of “different” according to many thinkers and philosophers. In Brazil there are about 500 thousand gifted people, however, the lack of professionals in Social Communication before a camera or a microphone makes the perspectives of job too small for an emerging class of skilled communicators, either by the lack of structure in companies or by the lack of opportunities for Talented and Gifted. (TG). In the meanwhile the Institutions realize the importance of having an efficient communication reaching not only this type of listeners as well as the general public.

Analyzing all these aspects, this paper intends to provide a general panorama of Social Communication Market for Talented and Gifted people nowadays, sharing the point of view of many authors that dedicated themselves to write about the theme, a definition of the subject according to the words of different experts. It intends to identify the reasons that lead to tha absence of such professionals inside the communication field.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sobre a Lei de Cotas

O relatório da última conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 12 de dezembro de 2005, além de chamar atenção para a falta de percepção pública do país do que constituem as políticas econômicas e sociais, ainda afirma que os portadores de deficiência continuam sendo um grupo particularmente vulnerável no mercado de trabalho.

O século XXI está sendo marcado pelo grande desafio de inclusão de portadores de necessidades especiais no mercado de trabalho. As empresas buscam se ajustar às adaptações necessárias para contratação dos mesmos, uma vez que a proposta governamental penaliza aqueles que não cumprirem as determinações legais.

O artigo 93 da Lei Federal nº. 8.213/91[1] - Lei de Cotas, impõe a contratação imperando também na oportunidade para a busca de qualificação o que permite uma vida social e financeira igualitária em todos os aspectos a estes profissionais.

Por outro lado, o número de portadores de necessidades especiais também evoluiu em busca de uma formação e capacitação para adequar-se a diversos campos profissionais, o que amplia a busca e a contratação.

Outros componentes importantes nas empresas são os meios de transporte, pois, sem eles, a força de trabalho não terá acesso às empresas. Compete à administração pública fornecer esse tipo de serviço à população.

Apesar da Lei de Cotas, inserir garantias e proteção jurídica ao portador de deficiência física, ela não é clara quanto às deficiências a serem contratadas. A mesma generaliza a questão não mencionando tipos de necessidades, o que permite as empresas contratar o que lhes convém apenas em cumprimento da Lei, não oferecendo oportunidade de emprego à diversidade de portadores existentes formados e capacitados para atender a demanda solicitada.

[1] BRASIL, Art. 93 da Lei n. 8.213/91 Conteúdo Jurídico da Proteção ao Portador de Deficiência Física Constituição Brasileira, Brasília 15.Dez.2005 apud: <>- Acesso 31.Maio.2008 –

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CBN e Band News

CBN - Central Brasileira de Notícias. Desde 1991 a rádio é sucesso no país todo,
rendendo bons frutos à Rede Globo. Seu slogan é “A rádio que toca notícia”, e o site
oficial é o www.cbn.com.br.

Desde sua criação, em primeiro de outubro de 1991, seu intuito era de informar o
público, no formato das rádios all-news americanas, com notícias em tempo real. Porém,
muitos contestam a programação da rádio que se volta aos noticiários esportivos e até
nas transmissões ao vivo de futebol. Nesse caso, em competições como a “Copa do
Mundo”, todos os jogos são narrados, deixando a notícia em segundo plano.

Hoje, a CBN mantém cinco emissoras próprias. Em São Paulo, está presente
nas freqüências 90,5 FM e 780 AM, no Rio de Janeiro, 92,5 FM e 860 AM, em Belo
Horizonte, 106,1 FM, Curitiba na freqüência 90,1 FM, e na capital Brasília, 95,3 FM,
além de mais 24 afiliadas distribuídas pelo Brasil, em cidades como Campinas, Londrina,
Ribeirão Preto e Santos. A grande cobertura nacional da CBN já ocorreu com menos
de um ano de sua existência, em 1992, onde a rádio detalhou todos os momentos que
envolviam o cenário político do país, com o fim do Governo Collor e o “caso PC Farias”.

Foi em 1995 que a emissora ganhou sua freqüência AM, em São Paulo, a maior
cidade do país, sendo premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte, com o
prêmio de primeira emissora jornalística FM da cidade, e um ano depois foi condecorada
como a rede com melhor programação jornalística.

A rede emprega mais de duzentos jornalistas e seu público é formado
principalmente por ouvintes com pouco mais de 30 anos, que trabalham, e muitas
vezes ouvem os programas no trânsito, A função da CBN é alertar os motoristas em
relação ao que ocorre na cidade quanto a facilidade de percurso.

A CBN possui uma equipe capacitada, como âncoras, jornalistas e comentaristas
Heródoto Barbeiro e Milton Jung, e colunistas com espaços temáticos, como Renato
Machado, Carlos Heitor Cony e Arnaldo Jabor
O programa de maior sucesso na emissora é o Jornal da CBN, apresentado pelo
jornalista Heródoto Barbeiro, professor de História e com grande experiência em
comunicação, também da TV Cultura. Seu lema é “As notícias que podem mudar sua
vida”. Todos os dias, com duração de três horas e meia, Heródoto inicia a atração às
seis horas da manhã, com assuntos de relevância para o público, especialmente sobre
o cenário nacional.

Em São Paulo, onde é medida a audiência base do país, a CBN se preocupou com
a chegada da Band News, mas sobreviveu ao ataque e continua sendo a maior rede
de notícias do Brasil.

Band News

A meta da rádio Bandeirantes ao criar a sua versão de rádio de notícias em
tempo real, foi de estabelecer, nos principais centros populacionais e econômicos do
país, uma rede de emissoras FM com programação jornalística 24 horas, com o objetivo
de atingir um público que vai da idade de 25 a 55 anos e que procure informação no
momento em que ela acontece.

A Band News, com freqüência 96,9 FM, em São Paulo, possui algumas diferenças
em relação a CBN , como um tempo determinado dos programas, onde a Rádio
Bandeirantes, traça algo em torno de 20 minutos para cada atração, com assuntos
padronizados, apresentadores que operam a bancada de transmissão, além da
cobertura externa que os âncoras realizam.

A aposta da rede foi o âncora Ricardo Boechat, que comanda pelas manhãs de
segunda à sexta feira, das 7h às 9h, um telejornal mais descontraído que o “padrão
CBN”, contando ainda com a participação do colunista José Simão.

A rádio ocupou o lugar da lendária Sucesso FM, antiga rádio Cidade, que liderou
durante anos a audiência paulistana nas estações FM. Embora, com apenas três anos
de vida, alguns prêmios já fazem parte da galeria da rádio, entre eles destaca-se a
conquista como melhor veículo eletrônico de 2006, segundo o “Prêmio Colunista”, o
ganho do troféu “Comunique-se”, com Ricardo Boechat, no quesito âncora de rádio

1 CBN, A rádio que toca notícia. SENAC Rio, 1ª ed. 2006

2 Artigo: A realização de um sonho Disponível em Acesso em 15.Abr.2008

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Principais Emissoras em Radiojornalismo no FM

Com roupagem de AM, a CBN FM surge em 1991, trazendo a propriedade jornalística antes só presente na AM, uma vez que a CBN-FM tem como principal característica 24 horas de informação aos seus ouvintes. Isso marca também uma nova fase na vida da rádio FM que passa a ter noticiários e prestação de serviços e não apenas entretenimentos como até então.

A Band News, com seu slogan “Em 20 minutos, tudo pode mudar”, inaugurada em 2005 é atualmente a principal concorrente da CBN FM. Busca ser referência para ouvintes entre 25 e 55 anos, na informação ágil e formação de opinião. Assim, como sua principal concorrente no país, traz a tona o radiojornalismo no Brasil com 24 horas de informação divididos em noticiários de 20 em 20 minutos.

A nova rede chega ao mercado explorando o conceito all news de comunicação. São jornais com noticiário completo e ininterrupto, incluindo informações nacionais, internacionais, locais, de serviços e de trânsito. Ao final de cada dia terão ido ao ar 72 edições, assentadas na boa cobertura dos assuntos.

Sua função informativa serve à sociedade ao reunir e divulgar as notícias de interesse público.
Definir a realidade e facilitar sua compreensão é tarefa de todo jornalista, não descartando a interpretação do fato e a orientação da opinião pública.

Juarez Bahia, em Jornal, história e técnica, afirma: “O caráter do jornalismo emana de instituições políticas e econômicas e precisam ser livres e independentes para decidir.” (Jésus B. de Souza. Meios de Comunicação em Massa, 1996).

Buscar a veracidade, imparcialidade, objetividade, são regras em comum dentro das principais emissoras de rádio jornalístico do país, mesmo sabendo que a busca pela imparcialidade é praticamente impossível, pois o rádio é feito por pessoas e as mesmas não são imparciais.

Pela imparcialidade é praticamente impossível, pois o rádio é feito por pessoas e as mesmas não são imparciais.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Gênero Entrevista


De acordo com Morin 4, existem quatro tipos de gêneros em sua classificação de
entrevistas, a saber:

a. Entrevista-rito: onde as palavras completam a cerimônia, ou seja as próprias
palavras da entrevista são rituais;

b. Entrevista anedótica: a qual se situa ao nível de “boato”;

c. Entrevista diálogo: situa-se em busca do comum. Entrevistador e entrevistado
colaboram no sentido de trazer à tona uma verdade que pode dizer respeito à pessoa
do entrevistado, ou a um problema;

d. Neoconfissões: busca profundidade da psicologia social, tal entrevista traz em
si sua ambivalência: toda confissão pode ser a desnudas da alma, para atrair a libido
psicológica do espectador, pode ser objeto de uma manipulação sensacionalista, mas
também toda confissão vai além, muito mais profundamente que todas as relações
humanas superficiais e pobres da vida cotidiana.

Os itens C e D, por Morin apresentam critica velada ou explicita, enquanto as anteriores
a superficialidade, agrupando as entrevistas em duas tendências: a de espetacularização
e a de compreensão (aprofundamento).

Seriam subgêneros da espetacularização:

O Perfil do Pitoresco que apresenta a caricatura do perfil humano, onde se salienta
quase que exclusivamente o grotesco, os traços sensacionalistas, o picante de acordo
com os modismos sexuais.

O Perfil do inusitado busca-se extrair da pessoa sua caracterização, mesmo que
à força, como excêntrica, exótica.

O Perfil da Condenação: utilizado no setor policial jornalístico.

O Perfil da ironia “intelectualizada”: o qual extrai da pessoa uma forma de condenação;
suas idéias, sua contribuição são ironicamente contestadas. A adjetivação atribuída
pelo entrevistador ao entrevistado acaba por transformar em monstro o inocente.

Subgêneros da Compreensão – aprofundamento

Entrevista Conceitual – É aquela que o entrevistador busca bagagem informativa,
reconhecendo a fonte entrevistada. O repórter exerce a função de intermediador na
sociedade apresentando conceitos, nesse caso entrevista um filosofo, um sociólogo,
dentre outros.

Entrevista Enquête – A fonte depõe em relação ao tema. Nesse caso admite-se
uma pauta, ou questionário básico para dar unidade à enquête.

Entrevista Investigativa – Os temas são de repercussão pública, como
administração governamental, abusos de poder dentre outros preferidos para que se
paute esse tipo de investigação.

Confrontação - Polemização – Tema no qual o jornalista deve manter habilidade
de mediador, instigador e investigador, ser porta-voz do senso comum.

Perfil Humanizado – é uma entrevista aberta para compreender conceitos, valores,
comportamentos históricos da vida.

A entrevista jornalística se vale da fonte individualizada e lhe dá crédito, sem
preocupações cientificas, enfatiza-se com isso a unilateralidade da informação. Existe
na entrevista a possibilidade de um diálogo democrático.

4 MORIN, Edgar. A entrevista nas Ciências Sociais, na rádio e na televisão.In Moles, Abraham
A. et alii. Linguagem da cultura em massa. Petrópolis, Vozes, 1973.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A Reportagem Especial

Existem diversas etapas no processo de transmissão da noticia em rádio, desde
o momento em que a ocorrência do fato chega ao conhecimento da equipe de jornalismo
da emissora até a sua divulgação para os ouvintes. Esse processo apresenta variações,
muito mais em função de uma reportagem especial e em função dos objetivos
pretendidos pela emissora com a transmissão da informação 3. O homem tornou-se
um consumidor permanente de informações, portanto, é necessário a veracidade dos
assuntos para compor uma reportagem especial o que vem a ser um requisito essencial.

Conceitos que integram a reportagem especial: análise de um determinado
assunto, seja por sua grande importância e atualidade, seja por seu interesse histórico.

Implica em pesquisa aprofundada sobre o tema, tanto no que diz respeito às informações
textuais quanto às sonoras, principalmente as entrevistas. A rigor sua emissão deveria
ser ocasional, diretamente ligada à ocorrência de um fato que mereça, por sua
importância, um tratamento especial ou pela comemoração de uma data de importância
histórica, emoção, acuidade, empatia e veracidade, a partir da coleta de fatos no local
das ocorrências e contato com o público. Nessa relação evidencia-se a expressão real
dos fatos, das pessoas e se capta com maior facilidade seus pensamentos, pois muitas
vezes esses personagens podem ser determinantes para uma reportagem de qualidade.

Abordagens bem feitas são ferramentas para um depoimento que dará qualidade ao
trabalho. O repórter deve ser capaz de abranger o tema sem ser abatido por ele.

O segredo da reportagem especial concentra-se no tema, o qual surpreende e
dispensa recursos discutíveis para atingir seu objetivo. O fato de ser inédito pode não
se apresentar no título da pauta a ser cumprida, mas na abordagem.

O tratamento junto à criatividade traz uma reportagem de excelência de acordo
com o tema. Informações em excesso podem se perder se o texto não for produzido
de forma clara e escrita corretamente. Flexões de verbos, a pronúncia de palavras
como manda o manual são questões indiscutíveis. Seguir normas da Língua Portuguesa
e coerência são itens a se cumprir.


3 ORTRIWANO, Gisela Swetlana, Radiodifusão. Comunicação de Massa. Summus Editorial, 4ª ed. 1985.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O Surgimento da FM no Brasil

Em 1969 surge o rádio FM gerando um crescimento de audiência surpreendente, principalmente entre os jovens. A segmentação das FMs em estilo musical diferentes começa a ser uma realidade.

A primeira rede brasileira de FM foi a Transamérica.

Na década de 1950 com a criação da televisão, o rádio foi perdendo espaço com a queda da audiência, uma vez as famílias que sentavam na sala ao redor do rádio passaram a ligar a TV. As características do rádio precisaram mudar para permanecer presente na vida de seus ouvintes, uma vez que não há mais espaço para programações como festivais musicais, radionovelas, dentre outros. O rádio então voltou a sua origem de prestação de serviços e informações.
SOUZA, Jésus B.de. Meios de Comunicação em massa. Scipione, 1996.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Rádio

O rádio é considerado o veículo de informação de massa, além de ser a fonte
mais pura de informações jornalísticas, e isso é atribuído à rapidez com que as notícias
são transmitidas. Entender a força do meio e as razões de sua potência é o primeiro
passo para se tornar jornalista de rádio. Apesar de ter mais de 80 anos, o rádio ainda
é um velho desconhecido, apesar de alcançar 96% do território nacional, pois a
sociedade atual é fascinada pela imagem 1.

O rádio pode vir a ser um agente transformador capaz de revolucionar costumes
e mobilizar a sociedade, pois a noticia não espera acontecer, não marca dia nem hora,
está sempre preste a surgir.

O rádio, ainda é um grande veículo de notícias e prestação de serviços. Não há
dúvidas que sua contribuição é de tamanha relevância para a sociedade brasileira,
pois além de ferramenta democrática garante a liberdade de expressão, exercitando
assim a cidadania de maneira eficaz.

O Surgimento do Rádio no Brasil

O rádio como difusor da cultura popular, surge no Brasil por meio de Edgard
Roquete Pinto, conhecido como um dos principais antropólogos do país. Sua primeira
irradiação no Brasil, em 1922, durante as Comemorações do Centenário da
Independência, realizada no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, transmitia o discurso
do então presidente Epitácio Pessoa, passo inicial para projetos da primeira emissora
brasileira.

Com a introdução de mensagens comerciais, a radiodifusão brasileira se
popularizou. Com o patrocínio de anunciantes, surgiram os programas de variedades,
responsáveis pela transformação do rádio em fenômeno social, passando então a
influenciar no comportamento das pessoas e criando modas.

Diante da concorrência surgida entre as emissoras, a evolução tecnológica
ampliou-se e, rapidamente na década de 30, os estúdios começaram a abrir suas portas para o público. Em 1934, com a crescente necessidade de formação para atuar
dentro das emissoras, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, pioneira, transformou-se
na Rádio Municipal do Rio de Janeiro, conhecida como Rádio Roquete Pinto, consagrando
“o pai do rádio”. Em todo o país desde então, as rádios começaram a influenciar o modo
de vida das pessoas. Surgem grandes nomes da música, dentre eles Francisco Alves,
Vicente Celestino, Dóris Monteiro, e outros. O pós-guerra foi marcado por concursos
“rei” e “rainha” do rádio, dando destaque nesse período a cantora Dircinha Batista, que
ganhou o titulo a partir de 1948, mantendo-se por 11 anos.

O prestigio do rádio como veículo popular de comunicação de massa teve de
ser dividido com a televisão nos anos de 1950, porém uma das programações que não
perdeu sua magia foi a transmissão futebolística, que ocupa um grande destaque dentro
das grades das principais emissoras AMs e recentemente também nas FMs.

No rádio ocorreram mudanças significativas nos últimos 25 anos. Se buscou a
especialização para atender a uma fragmentação do mercado. Houve um avanço
considerável na produção jornalística, o texto ganhou mais em análise, e o locutor que
apenas transmitia no passado, hoje engloba uma equipe. A ética e o compromisso
com a verdade nem sempre foram levados a sério por alguns programas, mais
preocupados em atender a uma parcela menos exigente de ouvintes, porém oferecer
ao mesmo lazer, entretenimento, informação é sempre um desafio.

1 JUNG, Milton. Jornalismo de Rádio. 3ª ed. Contexto, 2007 São Paulo

terça-feira, 18 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Número de Portadores de Necessidades Especiais no Brasil

O IBGE faz um estudo minucioso entre todas as categorias dos chamados “deficientes” desde o Censo Demográfico de 1.991, devido à intensificação da Lei número 7.853, de outubro de 1.989, que obrigou a contagem dos portadores de necessidades especiais nos censos nacionais.
[1]
No Censo do ano 2.000, o objetivo de um dos principais levantamentos de interesse social, era o de verificar quais as deficiências sofridas pela população e também a análise das conseqüências que as possíveis paralisias podem gerar nas pessoas. Nesses casos, são estudados: o nível da consciência física e mental do paciente, e os resultados finais servem como dados para comparar o país com informações relacionadas às deficiências de outras nações.

Como o estudo do Censo é amplo foi verificada também a condição sócio-econômica do portador de deficiência, e alguns itens foram surpreendentes. No ano 2.000, de um total de 24,6 milhões de pessoas que se declararam portadoras de deficiência (percentual que representa 14,5% da população total do país), 19,8 milhões se encontravam na cidade (zona urbana) e 4,8 milhões no campo (zona rural). Embora sendo a região mais populosa do país, o Sudeste é a que representa a menor população de deficientes, com 13,1% da população. Já o Nordeste, é a região com a maior quantidade de pessoas com deficiências, 16,8%.

Os deficientes visuais também foram incluídos nessa pesquisa, com forte variação nessa questão. Segundo o Censo de 2.000, o número de deficientes visuais girava em torno de 148 mil pessoas. Porém, 2,4 milhões de pessoas revelaram ter enorme dificuldade de enxergar. Em geral são pessoas que possuem um percentual de visão e precisam viver de forma muitas vezes adaptada, pois não possuem condições de caminhar pelas ruas, dentre outras necessidades. São Paulo era o estado com o maior número de deficientes visuais, com 23.900 casos, seguido pelo estado da Bahia, com 15.400 pessoas.

A audição reduzida é outra deficiência que afeta muitos brasileiros. Os deficientes auditivos representam um número equivalente a 166 mil e 400 pessoas. Entretanto, 900 mil pessoas declararam no último Censo que possuem graves problemas de audição, devido à idade. Muitos idosos perdem a audição, visão, outros sofrem problemas com pressão alta, hipertensão, artrite e diabetes. A última pode levar o paciente à perda de vários membros do corpo, até a locomoção, fazendo com que o uso de cadeira-de-rodas seja obrigatório.

Foi detalhado no estudo do Censo de 2.000 que, parte dos portadores de deficiências trabalha nos setores agropecuários, no qual 25% do total das pessoas que possuem no mínimo uma deficiência executam seus serviços neste ramo de economia.

[1] COM BASE EM DADOS POPULACIONAIS DO CENSO DEMOGRÁFICO 2000 – IBGE Disponível em: Acesso 02.Abr.2008

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Reinclusão Junto à Sociedade

De acordo com STRNADOVÁ:

“Conforme foram ocorrendo mudanças nas formas de organização da vida produtiva e material dos homens, a atenção às pessoas com deficiência passou a ser uma preocupação da sociedade, seja pela força de trabalho que representava, seja pelos preceitos morais e religiosos dos grupos sociais. Dessa forma, no século XVIII são criadas as primeiras instituições filantrópicas voltadas ao atendimento de cegos e surdos e, apenas no século XX, as instituições motivadas por lutas sociais em torno dos direitos humanos ampliam o atendimento especializado a diversos grupos excluídos e que, não necessariamente, apresentam alguma deficiência, como é o caso dos superdotados”.[1]

O site www.responsabilidadesocial.com.br, mostrou uma reportagem do projeto “Inserir”, dirigido pela ex-tenista profissional, Cláudia Chabalgoity. Esse projeto exemplifica perfeitamente o que é reinclusão do portador de necessidades especiais e faz valer os Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência.

O programa “Inserir” tem como principal objetivo favorecer a reinserção social de pessoas que tenham alguma deficiência física.

O tênis, para surpresa de muitos, vem sendo praticado por pessoas que têm dificuldades de locomoção e funciona como meio eficaz para recuperar a auto-estima, quando uma impotência física tende a se tornar um obstáculo para a própria vida.

Outros projetos do Abcedário da Cidadania promovem ações sociais que visam dignificar o ser humano e tem por objetivo inserir o deficiente no mercado de trabalho com dignidade, respeito e autonomia.

A inserção da Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) na comunidade sempre foi tema cujos debates eram restritos a poucas pessoas, em geral envolvidos direta e pessoalmente com a causa. A maior parte da população, com raras exceções, sempre esteve à margem das discussões e preocupações com os problemas vividos por tais pessoas, até mesmo por desconhecerem a causa.

O princípio da igualdade é base de todas as garantias e prerrogativas de que goza a Pessoa Portadora de Deficiência (PPD). Assim, nas relações de trabalho, pode-se dizer que a pessoa portadora de deficiência deve estar habilitada e capacitada para o desempenho das atividades pretendidas, para que possa pleitear a incidência da regra isonômica.

O direito do trabalho é um ramo particular da ciência jurídica, com a característica marcante de procurar, nos limites impostos pela organização social, reduzir as desigualdades naturais entre empregados e empregadores, através de um conjunto de normas compensatórias. A Constituição da República de 1988 estabelece e assegura normas que traçam a integração do deficiente à vida social e ao mercado de trabalho estabelecendo previsões para os deficientes, tais como:

a) Proibição de qualquer discriminação em relação ao salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

b) Reserva de cargos públicos, a serem preenchidos através de concurso, para pessoas portadoras de deficiência física;

c) Habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

d) Adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência física.

Ainda, de acordo com a Constituição Brasileira “considera-se, também, pessoa portadora de deficiência habilitada àquela que, não tendo se submetido a processo de habilitação ou reabilitação, esteja capacitada para o exercício da função (art.36, parágrafo 3º)”.

As discussões atuais sobre as PPDs têm ganho, colaboração de vários setores da sociedade, principalmente depois de 1999, como ilustra João Batista Cintra Ribas ”assegurar que existam medidas adequadas de reabilitação profissional ao alcance de todas as categorias de pessoas deficientes e promover oportunidades de emprego para as pessoas deficientes no mercado regular de trabalho.”[2]

No âmbito federal, o processo de articulação envolve:

· Ministério de Esporte e Turismo;

· Ministério da Educação;

· Ministério da Previdência e Assistência Social;

· Ministério da Justiça;

· Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano;

· Ministério do Trabalho

· Ministério da Ciência e Tecnologia

A questão da locomoção é fundamental para as pessoas deficientes físicas, porém, há necessidade de algumas adaptações nos meios de transportes, tais como elevadores no metrô, plataforma elevatória nos ônibus etc. A extinta, Companhia Municipal de Transportes Coletivos do Município de São Paulo – CMTC inaugurou várias linhas de ônibus instalando elevadores em várias estações de metrô para atender essas pessoas.

Outra obrigação constitucional da administração pública é a eliminação de barreiras arquitetônicas nas vias públicas, principalmente no que se refere a calçadas, estacionamento de veículos e placas de sinalização, tais como semáforos de pedestres sonoros para cegos. As entidades que profissionalizam as pessoas deficientes, bem como as associações de defesa da pessoa deficiente, devem atuar politicamente para conseguir a aprovação de leis sobre os equipamentos urbanos e justiça social e devem fiscalizar o cumprimento dessas leis, fazendo gestões com os Governos municipal, estadual e federal.


[1] STRNADOVÁ, Vera. Como é ser surdo. Rio de Janeiro: Babel, 2.000.
[2] RIBAS, João B. C., “Para o Espírito Amputado Não há Prótese” Artigo disponível em: <http://saci.org.br> Acesso em 19.Agosto.2008

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As Dificuldades Enfrentadas no Dia-a-Dia

Olhar ao redor e deparar-se com alguma necessidade já apresenta tamanha dificuldade a enfrentar. Ao avaliar o mundo, de forma geral, são poucos os benefícios produzidos para uma vida com qualidade. Além de citar algumas barreiras, muitas ficaram para trás. O mundo não muda sem a conscientização do homem e, para isso, é necessário sentir na pele alguma privação para poder crescer humanamente e compreender a necessidade do outro.

Ao citar a infra-estrutura de uma grande cidade é notório não só fazer valer as leis, mas cumpri-las, com referência as necessidades das pessoas, especialmente para os portadores de qualquer necessidade especial em geral, para que tenham o direito de ir e vir como as outras preservando sua vida social, tendo emprego digno, formação e capacitação e estudo.

A luta e a vontade de viver dessas pessoas se destacam diante das dificuldades encontradas no dia-a-dia.

O transporte de um cadeirante em um coletivo público é difícil. São Paulo, a maior cidade do Brasil, possui um número de coletivos adaptados para transportar cadeirantes e seu acompanhante. Mas, não em fluxo favorável ao atendimento. Algumas companhias cumprem seu itinerário a cada 30 minutos, outras a cada hora, porém, a maioria, só disponibiliza um ônibus na linha, com o objetivo de cumprir a lei. Por muitas vezes portadores de necessidades especiais passam por privações e constrangimentos irreparáveis, não podendo cumprir seus compromissos em tempo hábil.

Ainda com relação ao transporte público, em São Paulo existe o projeto Atende da Prefeitura Municipal. São vans (peruas) que levam não só o cadeirante, mas outros deficientes ao seu destino, porém a quantidade também é insuficiente. O atendimento é mediante agendamento prévio e se houver vaga. Em diversas estações de trem e metrô ainda não existe acesso.

A falta de estrutura para qualquer tipo de deficiência apresenta-se de forma estrondosa em todos os âmbitos. Outros projetos estão sendo implantados para suprir as necessidades em evidência dessa população. Em evento realizado em 23 de julho de 2008 foi apresentado um modelo de táxi adaptado para o transporte de passageiros com deficiência física ou mobilidade reduzida com uma tarifa igualada ao táxi comum. O mesmo apresenta fácil acesso para transporte de cadeira de rodas, o que viabiliza um pouco mais o direito de ir e vir dessas pessoas.
Empresas como a Tecnobrás, sediada em Betim, Minas Gerais, vêm se especializando para trazer tecnologias mais acessíveis ao mundo, porém se não houver a conscientização populacional num todo o processo será bem lento, bem como as demais benfeitorias apresentadas até o momento.

A área da saúde vem apresentando inovações em tratamentos mais intensivos, porém neste ponto também apresenta problemas quanto à questão financeira, baseando-se no poder aquisitivo dessa população. De acordo com o poder aquisitivo do brasileiro, o mesmo não é suficiente para suprir necessidades básicas, quanto mais para atender o conforto do deficiente.
Clínicas e planos de saúde apresentam valores absurdos para um atendimento de qualidade. A saúde pública apresenta lista de espera para iniciar um tratamento, e as próteses são avaliadas fora de um padrão real para com a renda familiar brasileira.

Das dificuldades encontradas no dia-a-dia é possível relacionar diversas situações conforme as necessidades de cada pessoa.
[1] VÁZQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. (L. F. Cardoso, trad.) Rio de Janeiro: Paz e Terra (trabalho original publicado em 1967), 1986.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O que é “o Diferente”?

Diz a Bíblia Sagrada: “Somos todos iguais perante os olhos de Deus”. Esse ensinamento não é seguido pela humanidade, pois em pleno século XXI, ainda vivemos com o preconceito.
O Dicionário “Aurélio” define o diferente como: que não é igual; que difere; desigual; modificado.[1]

Logo, ao analisar com atenção os significados atribuídos ao termo, nota-se que não há sentido pejorativo em nenhum deles. De acordo com estas definições, pode-se encarar o diferente apenas como algo que não é igual.

“A diversidade também guarda em si a possibilidade da anulação do outro, quando se agrega ao conceito de diferente a valoração de melhor/ pior, inferior/ superior”, afirma o Conselho Estadual de Educação de São Paulo, na Deliberação CEE nº 46/05.
A referida Deliberação também cita o lado positivo do diferente:

“A possibilidade da construção de conceitos cada vez mais complexos se faz pela comparação constante das semelhanças e diferenças; o emocional se fortalece, a identidade se constrói, os mecanismos de comunicação se aceleram”.[2]
Já MOREIRA, comenta que Freud[3], afirmou que o diferente é entendido como uma falha inadmissível na cultura narcísica da violência, ou seja, se tal coisa não condiz com a forma de pensar narcísica (paixão por si mesmo). Para ele, o diferente varia de pessoa para pessoa. O que é diferente para uns, pode ser absolutamente normal e aceitável para outros.

Para Skliar, pesquisador da área da educação da Faculdade Latino-americana na Argentina, para aceitar o diferente, sem que haja preconceito, é necessário separar rigorosamente, a “questão do outro”, que é uma questão filosófica, da “obsessão pelo outro”, que é uma questão política.

“Pensar que as mudanças se fazem e se resolvem exclusivamente a partir dos ministérios, secretarias ou universidades é uma falácia. O mesmo sistema — político, cultural e educacional — que exclui não pode propor a inclusão. A não ser que seja para continuar controlando aos indivíduos” é importante não pensar as mudanças em termos de reformas que se compram e se vendem, como textos ou leis que “nos deixam isolados, sem atuação no processo.[4]

Skliar faz parte da corrente que pensa na diferença simplesmente como uma diferença, nem pior nem melhor.

A frase “Ninguém é igual a ninguém” pode ser considerada de conhecimento popular e reflete a verdade parcial, mas vaga, por não exaltar a importância do diferente.
Para Vázquez, “A essência não se manifesta de maneira direta e imediata através de sua aparência, e que a prática cotidiana — longe de mostrá-la de modo transparente — o que faz é ocultá-la”.[5]

De acordo com a jornalista da rede Globo, Mariana Godoy, as deficiências de ordem motora e visual em nenhum momento interferem no exercício da profissão, seja ela jornalismo, radialismo ou qualquer outra área referente à comunicação, uma vez que, com o uso do bom senso e respeitando as suas limitações físicas, todo profissional com formação e capacitação está apto ao mercado de trabalho. Uma vez que, segundo a própria jornalista, esses profissionais não encontram mais obstáculos do que os já encontrados para o convívio junto à sociedade em seu dia-a-dia.[6]

[1]FERREIRA, A.B.F. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 2. ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1.986
[2] SÃO PAULO. Deliberação CEE n. 46/05 de 31.mar.2.005. Acesso 14.Maio.2.008
[3]FREUD, Sigmund. Apud MOREIRA, Leliane M. A. Gliosce Artigo: Psicanálise de crianças: de que estamos falando? <> Acesso 16.Maio.2.008.
[4] SKLIAR, Carlos. As Armadilhas de um Sistema de Exclusão. Artigo disponível em: Acesso em 23.set.2008
[5] VÁZQUEZ, A. S. Filosofia da práxis. (L. F. Cardoso, trad.) Rio de Janeiro: Paz e Terra (trabalho original publicado em 1967), 1986.
[6] Entrevista concedida aos autores em 12 de maio de 2008.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Termos Utilizados Popularmente

Ao longo dos anos, os portadores de necessidades especiais são designados por diversos termos. No começo eram denominados “inválidos”, isso sem sentido pejorativo, porém representava para a sociedade um peso morto, alguém sem valor. Posteriormente, passaram a ser chamados por “incapacitados”, aqueles que não eram capazes. Por volta de 1960 até 1980 “defeituosos”, significava indivíduos com deformidade. “Deficientes” era o termo em que o indivíduo apresentava deficiências física, mental, auditiva, visual ou múltipla, que o levava a executar as funções básicas de vida de forma diferente daquelas sem deficiência. “Excepcionais” era utilizado para designar os de deficiência mental.

Conforme SASSAKI (2.003), esses termos eram utilizados pela sociedade focalizando as deficiências em si, mas sem reforçarem o que as pessoas não conseguiam fazer como a maioria. Por volta de 1990 surge o termo “pessoas especiais”. Tal expressão surge numa tentativa de amenizar a contundência da palavra “deficiente”. Ainda segundo o autor, o “especial” não é qualificativo exclusivo das pessoas que têm deficiência, pois se aplica a qualquer pessoa”.[1]

Portadores de direitos especiais (PODE), termo utilizado por Frei Betto no jornal O Estado de S. Paulo[2] em maio de 2002, também não se apresenta como um marco para denominar pessoas com necessidades especiais.

Tais termos têm sido considerados preconceituosos e inadequados, pois os mesmos levam consigo uma carga negativa e depreciativa da pessoa, fato que foi, ao longo dos anos, se tornando cada vez mais rejeitado pelos especialistas da área e em especial pelos próprios portadores.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), conceitualiza deficiência como termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica, diz respeito à biologia da pessoa. A expressão pessoa com deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Deve-se observar que, em contextos legais, ela é utilizada de uma forma mais restrita e refere-se a pessoas que estão sob o amparo de uma determinada legislação.

Segundo Malheiros , “A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa, a qual não porta sua deficiência. Ela a tem”.[3]

Para Sassaki: “Em cada época são utilizados termos cujo significado seja compatível com os valores vigentes em cada sociedade”[4]
O autor diz ainda que a tendência é de parar de usar a palavra ”portadora”. Para ele:
“A condição de ter uma deficiência faz parte da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como substantivo ou adjetivo “portadora” não se aplicam a uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa”.[5]

Ele diz, também que, em quase toda a totalidade dos documentos sobre o assunto há o consenso em adotar a expressão “pessoas com deficiência” nas manifestações.
Foi um grande avanço da sociedade, reconhecer que a pessoa portadora de alguma necessidade especial pode apresentar capacidade residual, mesmo que reduzida. Ao mesmo tempo, considera-se que a deficiência de qualquer tipo elimina ou reduz a capacidade da pessoa em todos os aspectos: físico, psicológico, social, profissional, etc.

É importante compreender que jamais haverá um único termo correto, definitivo para chamar pessoas com algum tipo de deficiência, isso porque a cada época são utilizados termos cujo significado é compatível com os valores vigentes em cada sociedade, enquanto esta evolui em seu relacionamento com as pessoas que possuem qualquer tipo de deficiência.

Movimentos mundiais de pessoas com deficiência, incluindo o Brasil, estão debatendo o nome pelo qual desejam serem chamadas. Mundialmente, já fecharam a questão: querem ser chamadas de “pessoas com deficiência” em todos os idiomas. Termo que faz parte do Texto Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com Deficiência, aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 2004.

Foram utilizados princípios básicos para chegarem a esse nome tais como:

· Não esconder ou camuflar a deficiência;

· Não aceitar o consolo da falsa idéia de que todo mundo tem deficiência;

· Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;

· Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes da deficiência;

· Combater neologismos que tentam diluir as diferenças, tais como “pessoas com capacidades especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”, “pessoas com habilidades diferenciadas”, “pessoas deficientes”, “pessoas especiais”;

· Defender a igualdade entre as pessoas com deficiência e as demais pessoas em termos de direitos e dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades para pessoas com deficiência atendendo às diferenças individuais e necessidades especiais, que não devem ser ignoradas;

· Identificar nas diferenças todos os direitos que lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e físico contra as pessoas com deficiência).

[1] SASSAKI, Romeu K. Vida independente:conceitos,filosofia e fundamentos, São Paulo: RNR, 2.003 p.12-16 apud, . Acesso em 05 abr.2.008.
[2] O Estado de São Paulo, publicação maio.2002, apud Sassaki.“Como Chamar as Pessoas que têm Deficiência”. Artigo disponível em:<> Acesso em 05.abr.2008.
[3] Entrevista concedida pelo Prof. Dr. Antonio C. Malheiros das Faculdades Integradas Rio Branco em 1.Set.2.008.
[4] SASSAKI, Romeu K. Vida independente:conceitos,filosofia e fundamentos, São Paulo: RNR, 2.003 p.12-16 apud, . Acesso em 05 abr.2.008
[5] Idem.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Dificuldade das Empresas na Contratação


Apesar de muito se discutir a contratação de portadores de necessidades especiais, diversas empresas ainda não se encontram aptas a receber o profissional em questão, bem como muitos portadores não se encontram capacitados para atender as necessidades do mercado de trabalho.

A promoção da educação inclusiva, fundamentada no princípio da universalização do acesso à educação e na atenção à diversidade, requer uma filosofia de educação de qualidade para todos e vem atender a essa demanda. A Declaração de Salamanca[1], de junho de 1994, preconiza a educação inclusiva para todos, tenham ou não uma deficiência, favorecendo seu crescimento e os capacitando para o trabalho.

A educação inclusiva é uma questão de direitos humanos e implica na definição de políticas públicas, traduzindo nas ações institucionalmente planejadas, implementadas e avaliadas, facilitando assim, contratações para o mercado de trabalho.

Algumas empresas e de fato têm contratado, o surdo, o cego, o portador de paralisia infantil, dentre outros. O profissional que usa cadeiras normalmente trabalha em empresas de telemarketing como operador de atendimento, independente de sua formação. Mesmo nessas empresas a adaptação ainda não é favorável, pois os mesmos utilizam baias iguais aos demais funcionários, dificultando sua postura física para o trabalho, banheiro adaptado a uma longa distância da área, descoberta para transição o que, em tempos de chuva se torna inviável sua permanência na empresa.

De acordo com STODDARD apud PASTORE, (2000), as limitações são encaradas como um problema individual, e que pouco podem ser aliviadas, através de uma efetiva participação social. Grande parte dos portadores de deficiência apresenta limitações superáveis diante de pequenas acomodações no local de trabalho, apesar disso a maioria continua com menos chance de trabalhar, quando trabalham ganham menos e apresentam uma enorme segurança no emprego.

A questão da reintegração da pessoa deficiente no mercado de trabalho não é um problema das empresas, mas das pessoas. Ao ser habilitada/reabilitada para o mercado de trabalho, essa mão-de-obra poderá ser aceita pelo mercado, desde que seja aprovada nos testes de seleção.

A Lei de Cotas obriga empresas a contratarem pessoas com deficiência e, se não for cumprida acarreta multa. Porém, as companhias esbarram no desafio de incluir no ambiente de trabalho pessoas que precisam superar barreiras, citadas anteriormente, como baixo nível de escolaridade, entre outros fatores.

Apesar dos esforços, muitas estão com dificuldades para desenvolver projetos de admissão bem estruturados, que supram as exigências da Lei de Cotas. As empresas esbarram nas discriminações do passado quando os deficientes eram excluídos, com freqüência, pela própria família, do ensino com qualidade e principalmente do convívio social.

Quando a empresa cresce aumenta a oferta de emprego; mais empregos menos desempregados, melhores condições sociais, melhor qualidade da força de trabalho e mão-de-obra mais qualificada melhoram a produtividade; a empresa cresce mais e o ciclo, então fecha. O PIB (Produto Interno Bruto) do país aumenta e o governo arrecadará mais imposto e investirá em educação, saúde, transporte, justiça, segurança.

A questão da reintegração da pessoa deficiente no mercado de trabalho é mais uma questão de reeducação e profissionalização, administradas por entidades de formação profissional. Devendo essas entidades colocar no mercado de trabalho profissionais hábeis e capazes de realizar as tarefas necessárias aos empregadores. Entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) já fazem certos trabalhos de habilitação aos portadores de deficiência, como as oficinas de marcenaria, jardinagem, entre outros, mas pouco rendoso e com pouca qualificação para o mercado de trabalho. Mas 50% das entidades desconhecem a norma NBR/9050, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que padroniza a adequação das edificações e do mobiliário urbano à pessoa deficiente.

Observa-se ainda que, até grandes empresas da área de comunicação alegam estar em fase de adaptação, e esse profissional terá que aguardar um pouco mais para sua contratação.
Segundo, Denise Almeida, funcionária do setor de Recursos Humanos do grupo Estado de S. Paulo, há diversos portadores de necessidades especiais atuando em distintas áreas profissionais, mas com relação sobre ao usuário de cadeira de rodas, o mesmo ainda não faz parte do quadro de funcionários por falta de adaptação física.[2]

Para o apresentador do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Otávio Mesquita, as estruturas físicas das principais empresas de comunicação por serem antigas não oferecem acessos adequados, principalmente aos cadeirantes, o que tende a melhorar em novas construções[3].

[1] DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, apud: Acesso 31.Out.2008.
[2] Entrevista concedida aos autores em 24.jul.2008.
[3] Entrevista concedida aos autores em 03.jul.2008.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Mercado de Trabalho

Durante muito tempo, os portadores de deficiência física, sensorial ou mental foram cuidados pela caridade e filantropia. Por ignorância e medo, as sociedades evitavam o contato e bloqueava o seu trabalho. Ainda hoje, devido à persistência de desinformação e inadequação das condições de arquitetura, transporte e comunicação, muitas pessoas talentosas e produtivas são afastadas do mercado de trabalho. Nada justifica tratar os portadores de deficiência dessa forma. Ao contrário, com a elevação de seu nível educacional e advento das tecnologias de telecomunicações e informática, o número dos que têm condições de produzir com qualidade, aumenta a cada dia. A maioria apresenta limitações superáveis mediante arranjos institucionais e acomodações no trabalho.

De acordo com Pastore, muitos países usam o sistema de reserva de mercado com base em cotas. Mas nenhum teve sucesso com base exclusiva em cotas.[1] As leis de mercado não seguem automaticamente as leis do parlamento. Pela natureza de suas atividades, muitas empresas não têm condições de cumprir as cotas. Outras, pelo seu tamanho avantajado, não encontram portadores de deficiência em número e capacitação suficientes para preencher sua cota. Há ainda os casos de empresas que não têm recursos para fazer as necessárias adaptações para receber pessoas que exigem cuidados especiais.
Para a Organização Mundial do Trabalho (OIT), uma pessoa é portadora de deficiência para o trabalho quando a possibilidade de conseguir, permanecer e progredir no emprego é substancialmente limitada em decorrência de uma reconhecida desvantagem física ou mental. (Convenção n. 159).[2]

De acordo com Pastore[3] , o mercado de trabalho, em todos os países, é mais restrito aos portadores de deficiência e suas causas são múltiplas. São inúmeros os fatores que conspiram contra a inserção de pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho, isso vai desde e preconceito e a má formação, até a falta de educação, ausência de qualificação e inexistência de estímulos para as empresas.

Cada vez mais o mercado de trabalho torna-se exigente e competitivo, em função disso as empresas estão sendo pressionadas a adotar novas tecnologias e novas formas de trabalhar para vencer essa competitividade do mundo globalizado.

Para Cavalcanti:
“Os portadores de deficiência não necessitam de medidas preferenciais, mas sim de remoção de barreiras que impedem a sua inserção no mercado de trabalho. O grande entrave da inserção e manutenção do portador de deficiência no mercado de trabalho está: a) na carência de qualificação profissional; b) na carência dos sistemas de habilitação e reabilitação e c) na falta de estímulos econômicos que facilitam a sua contratação pelas empresas”[4].

[1] PASTORE, José. Apud. O Trabalho dos Portadores de Deficiência. Artigo disponível em Acesso em 08.set.2008
[2] Organização Internacional do Trabalho (OIT) – Convenção n. 159 de 20 de junho de 1983, apud periódico Revista do Direito Trabalhista N.11 Reg.13/97 Edição: Nov.2004.
[3] Idem
[4] CAVALCANTE, Jouberto de Q. P & NETO, Francisco F.J.apud Artigo. Periódico Revista do Direito Trabalhista N.11; p. 17, Reg.13/97 Nov.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Portador de Deficiência como Profissional de Jornalismo

Hoje existe uma parcela representativa de portadores de necessidades especiais que estudam, e os cursos de comunicação são atraentes para esses acadêmicos. Por ter certa deficiência este profissional é mais exigido do que os outros e daí vêm a sua preocupação em qualificar-se para atender as demandas dos setores de comunicação social, pois ele será obrigado a se expressar e se comunicar com o mundo como um todo. O fato é resultado de uma política ativa para o acesso de portadores de necessidades especiais ao conhecimento e às oportunidades do ambiente de trabalho.

Um personagem que ganhou evidência e espaço na mídia ultimamente foi à jornalista Lia Crespo. Formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, no ano de 1979, Crespo convive com seqüelas de paralisia infantil desde um ano de idade. Estudou em escolas públicas, porém o ano de 2000 foi especial para ela, pois conquistou o grau de Mestre em Ciências da Comunicação (ECA/USP), com o desenvolvimento do trabalho “A imagem das pessoas com deficiência na mídia impressa”.

Hoje a jornalista se dedica ao seu doutorado em História, na USP, focando a trajetória do movimento social das pessoas com deficiência. Ela foi uma das fundadoras do Núcleo de Integração de Deficientes e, atualmente participa do Centro de Vida Independente Araci Nallin, além de escrever livros voltados à educação inclusiva.

Várias pessoas com deficiência atuam no campo jornalístico, porém com lesão mínima aparente. Uma delas é Boris Casoy, que afirma: “Eu não vejo os órgãos de imprensa com essa preocupação. Essa preocupação não chegou aos órgãos de imprensa. Há deficientes que se adaptam à redação, mas eu não tenho visto a redação estar preparada, inclusive sob o aspecto físico. Sobre o aspecto de trabalho eu não vejo grandes obstáculos a alguns tipos de deficiências, mas, por exemplo, em várias organizações que eu trabalhei, não havia essa preocupação e alguns lugares começam a ter essa preocupação com a acessibilidade. E eu não vejo muitos deficientes, por exemplo, na redação da Rede Bandeirantes de Televisão, eu não vejo nenhum deficiente, ninguém com problemas de mobilidade trabalhando aqui. Ah tem, tem deficiente trabalhando aqui, eu já me lembrei”[1].

Por outro lado, afirma o também jornalista Otávio Mesquita: “Eu acho que deveria ter um acesso maior aos problemas que os deficientes passam. Eu particularmente já fiz reportagem sobre isso e fiquei um dia inteiro, em uma das matérias que fiz, eu fui cadeirante, e tive uma vida normal, desde o momento em que acordei até o momento em que fui dormir. Fiquei o dia inteiro sentado e confesso a que eu fiquei assim muito chateado, porque eu não conseguia andar em uma calçada, a calçada estava quebrada . O restaurante que eu fui não tinha estrutura de rampa, então era muito complicado; tomar táxi era uma complicação, ônibus nem pensar, enfim é uma tristeza”[2].

Alguns cadeirantes, porém raros, podem ser encontrados em algumas empresas de telemarketing, independente de sua formação acadêmica.

Representantes de grandes grupos empresariais e, até mesmo o setor de recursos humanos, são unânimes em não contratar esse tipo de deficiente, pois além de um preconceito vasto, a visão não agrada aos olhos do público e demais funcionários, conforme afirma o profissional Luiz Carlos Lopes, portador de necessidades especiais.

Sobre alguma situação problemática na empresa ele afirma que nunca passou e comenta: “Não. Nessa empresa nunca. Tem coisas muito veladas, tem coisas que você não pode assegurar, mas ouve um caso aqui na Ricardo Viveiros, mas não foi problema na empresa e sim com um cliente da empresa. É até curioso, pois foi justamente um hospital que foi nosso cliente, o Hospital São Luis. Nesse hospital eu fui responsável pela cota, e 15 dias depois, ia pedindo reuniões, e aquilo não avançava. Mais tarde eu fiquei sabendo pelo meu chefe que na época a responsável pela área de marketing tinha solicitado a troca do atendimento porque entendia que eu não poderia acessar algumas dependências do hospital. Isso chegou até a ser ridículo, porque se eu não puder entrar de cadeira de rodas em um hospital!” [3]

Fala-se em demasia sobre responsabilidade social, porém nenhuma forma de integração social foi suficiente para garantir ou exigir mudanças de atitude, espaço físico, objetos e práticas sociais necessárias para receber essas pessoas como cidadãos aptos a enfrentar as dificuldades da sociedade. A sociedade brasileira ainda não está pronta a perceber que a qualquer momento alguém “normal” pode enfrentar o estágio “deficiência”, podemos mencionar aqui o caso de Marcelo Rubens Paiva, escritor, que ao mergulhar no lago de um sítio fraturou a coluna.

Ao ver de uma sociedade mais justa na Inclusão social, o indivíduo ao nascer já é inserido na família, por isso é registrado independente de sua condição física, mental aparente, porém no campo profissional, essa depende ainda de ajustes, para Luis Carlos Merten, jornalista atuante no Jornal O Estado de São Paulo: “mesmo com a consciência das limitações, eu acho que a gente, o céu é o limite, a gente deve tentar ir além das suas limitações, eu acho que todos nós só crescemos”. Sua trajetória profissional apresentou-se de forma muito particular. “Nunca o fato de eu ter uma deficiência, é, nunca impediu que eu levasse aquilo, [...].Eu por exemplo, não tenho uma mão e um braço...Já saltei de pára-quedas e eu não reconheço, digamos assim, um limite, e o meu exercício profissional, ele é antenado com essa preocupação, que a sociedade deve ter hoje em dia, até porque existem agora leis, existem preocupações com essa inclusão. Lá atrás, não havia isso, eu tive o privilégio de que em uma época, em que não havia essa preocupação, mas eu acho importante é que isso exista realmente, mas é eu não percebo muito. Na empresa em que eu trabalho, até que tem mais um ou outro caso, mas é que ainda são, como que eu vou te dizer? São coisas assim isoladas e tem empresas jornalísticas inclusive nesse caso nenhuma. O entrave físico é uma limitação, mas não é um obstáculo intransponível.”

O termo Reinclusão Social serve apenas para pessoas normais que por ventura passam por alguma intercorrência e retomam suas vidas readaptando-se a novas circunstâncias.

Tatiana Rolim, autora da obra “Andar sobre Rodas”, afirma: “hoje as pessoas portadoras de deficiências, são tidas na nomenclatura nova de apenas pessoas com deficiências. Já veio aí de outras mudanças, aspecto cultural, aleijado, coitado, manco, portador de necessidades especiais, portador de deficiências e agora é simplesmente pessoa com deficiência. Isso tudo na verdade, repete que todo e qualquer profissional deve se atualizar. Eu fiz uma vez, uma matéria pra uma revista e eles utilizaram lá um termo, se reabilitou da cintura pra cima, não é verdade, me reabilitei inteiro, não da cintura pra cima, eu sou uma mulher completa, tenho minhas dificuldades como qualquer outra pessoa com lesão medular, mas superadas e reabilitadas de uma forma integral. Então, é uma chamada pra que esses profissionais tenham uma qualificação. ... Então, para mudar também essa questão da deficiência a pessoa tem que estar no mínimo qualificada para saber do que se trata o assunto”[4].

[1] Entrevista concedida aos autores em: 08.set.2008
[2] Entrevista concedida aos autores em: 08.set.2008
[3] Entrevista concedida aos autores em 16.out.2008
[4] Entrevista concedida aos autores em: 08.set.2008

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Campos de Atuação e a Relação Jornalista e Notícia

O jornalismo é uma função que envolve a comunicação, sendo uma atividade que envolve a informação. O jornalista é o profissional deste segmento, e pode atuar em vários campos de trabalho como a assessoria de imprensa, internet, jornal, rádio, revista, televisão entre outros.

O jornalista atua com a notícia. Todos os fatos que gerem, levantem uma relevância para a sociedade, terá seu destaque no jornalismo. Cabe ao jornalista escolher, temas que interessem ao ouvinte, telespectador ou leitor.

Toda notícia deve ter alguns quesitos básicos:

1) Novidade: as informações devem ser novas e nunca repetidas;
2) Proximidade: notícias locais interessam públicos locais, ou seja, da mesma região de onde são veiculadas, pois mexe com sua vida;
3) Tamanho: devem ter um tamanho médio, pois tanto notícias grandes ou pequenas, prejudicam a imagem do veículo;
4) Relevância: toda notícia deve ser significativa.

As notícias chegam nas redações, através dos repórteres, correspondentes, agências de notícias e as assessorias de imprensa. É válido também no jornalismo as denúncias feitas por cidadãos comuns, cabendo ao jornalista checar as informações de suas fontes[1].

O jornalista trabalha com a pauta, que é a seleção de assuntos que serão abordados em uma edição, a apuração que chega todas as informações, e detalhes sobre a pauta que será trabalhada e com a edição, a finalização de todo o material coletado, onde extrairá informações menos interessantes[2].

Hoje os jornalistas trabalham na mídia impressa, em jornais e revistas, mídia digital com sites e blogs, nas emissoras de Tv e emissoras de rádio. Existem as chamadas funções auxiliares onde atuam os colunistas, comentaristas, o ombudsman e o secretário de redação. Nas chamadas funções extra-redação, têm-se os assessores de imprensa e os correspondentes internacionais.

A gama de recursos tecnológicos disponíveis para o profissional de comunicação é crescente e, por essa razão, sua responsabilidade aumenta e o nível de exigência do público em geral tem sido cada vez maior. Para atender essa demanda, informação e aquisição de conhecimentos tornam-se fatores de suma importância para a vida dessas pessoas, podendo ser considerado mais um desafio da profissão.

Na era da globalização crescer e desenvolver é fundamental ao profissional de comunicação informando-se acerca de tudo que ocorre à sua volta, tanto em termos de notícias quanto de novas tecnologias, preocupando-se em realizar uma comunicação simétrica, para que da forma mais ética possível, ele possa passar informações sem defender apenas o interesse de um dos lados, realizando o trabalho que lhe foi proposto e levando em consideração o público.

[1] LUSTOSA, Elcias. O texto da notícia. Brasília, Unb, 1.996.
[2] Idem.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

As Escolas e o Exercício da Profissão no Brasil


A história do jornalismo brasileiro começou em 1808, circulando pela primeira vez no país, clandestinamente, o Correio Braziliense, editado em Londres, pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa[1]. Não diplomado, porém contribuinte para o crescimento de mercado, o mesmo defendia idéias liberais, entre as quais a emancipação colonial, dando cobertura à revolta pernambucana de 1817 e há acontecimentos que conduziriam á Independência do Brasil. Nos anos de 1960, os cursos de jornalismo eram poucos no Brasil e o profissional se graduava mais freqüentemente em outras áreas, como Direito, e se formava no dia-a-dia da redação.
Segundo (ANTONIOLI: 2006 p.30) o jornalista Gustavo Lacerda, ao assumir a presidência da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, em 1908, estabeleceu como objetivo a criação do curso de jornalismo que só se concretizou nos anos de 1940, quando efetivamente instituído no governo de Getúlio Vargas.

Cásper Libero lidera a luta por formação e a primeira escola começa a funcionar em 1947, em São Paulo.

No governo de Pedro Ernesto foi desenvolvido um curso na Universidade do Distrito Federal, onde Anísio Teixeira delegou ao jornalista Costa Rego que organizasse o curso, quando do golpe do Estado Novo é extinta a Universidade diluindo os ideais, e findando a possibilidade da diplomação acadêmica.

A profissão de jornalista teve seu primeiro Decreto-Lei, o nº 972, em 17 de outubro de 1.969 e, a seguir, o Decreto nº 83.284, de 13 de março de 1.979.

O Decreto determina que a função, é livre em todo o Território Nacional, e abrange as seguintes atividades: condensação, coordenação de matéria a ser divulgada, correção, interpretação, redação e titulação. O trabalho de comentário e crônica por rádio e televisão, entrevistas e reportagens escritas ou faladas, funções técnicas de jornalismo, como arquivista, ensino de técnicas jornalísticas, conservação de arquivos, parte gráfica, ilustração, fotografia e divulgação.

O jornalismo pode criar empresas, onde se classificam organizações que tenham como atividades, edições de jornais, revistas ou a distribuição de noticiários. Para exercer a profissão de jornalista, é necessário o registro na regional do Ministério do Trabalho. Para isso, o profissional deve provar que é brasileiro, não pode estar denunciado ou condenado por práticas ilícitas penais, necessita do diploma de Jornalismo ou Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, gerados pela própria unidade de ensino, e a Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Funções como colaborador e jornalistas que trabalham no funcionalismo público, exigem algumas regras. O colaborador precisa ser nascido no Brasil, deve estar quite com as leis, e necessita da declaração da empresa jornalística em que presta serviço, informando seus rendimentos e pseudônimo, caso haja.

Os funcionários públicos necessitam apresentar uma nomeação ou contratação para o cargo e atribuições as quais desempenharão, além de provas de nacionalidade e regularidade com a lei.
De acordo com o Decreto de 1.979, os jornalistas regularmente contratados em empresas jornalísticas, podem atuar como: redator, noticiarista, repórter, repórter de setor, rádio-repórter, arquivista-pesquisador, revisor, ilustrador, repórter-fotográfico, repórter-cinematográfico e diagramador. Classificadas como privativas de jornalistas, funções como editor, secretário, subsecretário, chefe de reportagem e chefe de revisão.

O jornalista pode ter o registro profissional trancado, se sem motivo aparentemente legal, deixe de executar a profissão, em um período maior de dois anos. Afastamentos como aposentadoria, viagem ou bolsa para qualificação profissional, desemprego apurado em lei e suspensão ou interrupção do contrato de trabalho.

Todo o jornalista pode ter seu contrato individual de trabalho, e seu salário reajustado, conforme a jornada normal de 5 horas, com base abaixo do salário estipulado, em acordo ou convenção trabalhista.

Quando editado o Decreto-Lei 972 em outubro de 1969, a atividade jornalística se institucionalizou, mediante a exigência de formação superior para obtenção de registro profissional. A polêmica sobre a formação acadêmica estende-se até os dias atuais, porém o decreto como observou o deputado Pastor Amarildo[2] se encontra “completamente desatualizado” diante do surgimento de novos veículos e novas formas de atuação no âmbito da comunicação social.[3]

[1] COSTA, Hipólito J., apud Antonioli, Maria Elisabete , Ensino de Jornalismo e Legislação Educacional . São Paulo: L’Editora, 2006, op.cit.,p.22
[2] NASCIMENTO, Amarildo M.S – PSB – TO. Apud Pauta de Projeto de Lei N. 708, de 2003 Acesso em 11.Set.2008
[3] TEXTO “Projeto de Regulamentação da Profissão de Jornalista”, apud ABREU, Raissa/ Repórter da Agência Senado Acesso em 11.Set.2008

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Profissional de Jornalismo




Para ROSSI:
“É a fascinante batalha pela conquista de mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Mas uma batalha nem por isso menos importante do ponto de vista político e social, o que justifica e explica imensas verbas canalizadas por governos, partidos, empresários e entidades diversas para o que se convencionou chamar de veículos de comunicação de massa, diz Rossi”.[1]

O profissional dessa área atuará com a informação e notícia, mas também pesquisará, coletará dados, editará e escreverá, podendo atuar em vários veículos de imprensa como: rádio, televisão, revista, jornal, sites, blogs, assessorias de imprensa dentre outros.
De acordo com Ribeiro:

“A construção da identidade do profissional resulta do entrecruzamento de referências históricas, da identidade da empresa, da subjetividade e da classe social preponderante no grupo de jornalistas. E segue pelo menos duas dinâmicas: a afirmação de valores próprios e a resistência à imposição de valores externos.”[2]


Kotscho comenta sobre o a profissão de jornalista:
“Antes de mais nada, acho que deveria dizer o que entendo por paixão no exercício da profissão, para não pensarem que está aqui um velho poeta bobalhão, que escreve unicamente por prazer, por gostar de escrever. Às vezes, confesso, nem gosto muito de escrever(...) mas sei de alguma coisa, preciso contar. E se não sei é minha obrigação cavoucar até descobrir o que estão querendo esconder. Descobrir, contar bem contado e lutar até o fim do processo de feitura final do jornal para que a informação chegue ao leitor. Esta é a paixão do repórter! É levar as últimas conseqüências um compromisso tácito com seu tempo e sua gente. É ter humildade de ser um bom operário da informação, aquele que fornece à sociedade a matéria-prima para construir seu futuro: o conhecimento dos fatos passados da forma mais verdadeira possível”... [3]


O ritmo do cotidiano do jornalista não é dos mais tranqüilos, por conta da diversidade de assuntos que ele tem de cobrir. O profissional sempre tem de chegar ao local da cobertura, independente de circunstâncias.

A construção da reportagem se inicia pela observação e descrição de eventos ocorridos, porém sua essência destaca-se na seleção e organização das informações contidas no produto final. Consiste na captação e tratamento escrito, oral da informação em qualquer de suas formas e variedades.

O jornalista se destaca na forma como consegue firmar-se profissionalmente, no seu relacionamento com os demais e nunca interrompendo seu aprendizado, mas sempre buscando almejar uma graduação maior.

Novos desafios são lançados a cada dia para esse profissional, como a capacidade de aprender a reaprender, ter a mente aberta para entender as mudanças e flexibilidade suficiente para se adaptar a elas.

Ter como principio norteador o pensamento estratégico, que deve ser a síntese, ousadia e coragem de assumir riscos, ser revolucionário. Gaudêncio Torquato escreveu numa das edições da revista da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial: “Ainda não temos no mercado profissionais de qualidade que entendam a comunicação organizacional no sentido sistêmico [...] Falta o profissional que trabalhe de maneira sistêmica todas as áreas de comunicação e, com isso, saiba fazer uma adequada leitura da sociedade”.[4]

[1] ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo. Brasiliense. 10ª ed. 1994.
[2] RIBEIRO, José C. Sempre Alerta – condições e contradições do trabalho jornalístico. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.
[3]KOTSCHO, Ricardo apud, Demetrio Darci, Introdução à prática do jornalismo, 1989 Ed. Vozes Ltda, Petrópolis - Rio de Janeiro, op. cit. P.13
[4] TORQUATO, Gaudêncio apud Kunsch, Margarida M. Krohling, Artigo Novos Desafios para o Profissional de Comunicação. Disponível em: Acesso em 13.out.2008