sexta-feira, 31 de julho de 2009

As Escolas e o Exercício da Profissão no Brasil


A história do jornalismo brasileiro começou em 1808, circulando pela primeira vez no país, clandestinamente, o Correio Braziliense, editado em Londres, pelo jornalista gaúcho Hipólito José da Costa[1]. Não diplomado, porém contribuinte para o crescimento de mercado, o mesmo defendia idéias liberais, entre as quais a emancipação colonial, dando cobertura à revolta pernambucana de 1817 e há acontecimentos que conduziriam á Independência do Brasil. Nos anos de 1960, os cursos de jornalismo eram poucos no Brasil e o profissional se graduava mais freqüentemente em outras áreas, como Direito, e se formava no dia-a-dia da redação.
Segundo (ANTONIOLI: 2006 p.30) o jornalista Gustavo Lacerda, ao assumir a presidência da Associação Brasileira de Imprensa – ABI, em 1908, estabeleceu como objetivo a criação do curso de jornalismo que só se concretizou nos anos de 1940, quando efetivamente instituído no governo de Getúlio Vargas.

Cásper Libero lidera a luta por formação e a primeira escola começa a funcionar em 1947, em São Paulo.

No governo de Pedro Ernesto foi desenvolvido um curso na Universidade do Distrito Federal, onde Anísio Teixeira delegou ao jornalista Costa Rego que organizasse o curso, quando do golpe do Estado Novo é extinta a Universidade diluindo os ideais, e findando a possibilidade da diplomação acadêmica.

A profissão de jornalista teve seu primeiro Decreto-Lei, o nº 972, em 17 de outubro de 1.969 e, a seguir, o Decreto nº 83.284, de 13 de março de 1.979.

O Decreto determina que a função, é livre em todo o Território Nacional, e abrange as seguintes atividades: condensação, coordenação de matéria a ser divulgada, correção, interpretação, redação e titulação. O trabalho de comentário e crônica por rádio e televisão, entrevistas e reportagens escritas ou faladas, funções técnicas de jornalismo, como arquivista, ensino de técnicas jornalísticas, conservação de arquivos, parte gráfica, ilustração, fotografia e divulgação.

O jornalismo pode criar empresas, onde se classificam organizações que tenham como atividades, edições de jornais, revistas ou a distribuição de noticiários. Para exercer a profissão de jornalista, é necessário o registro na regional do Ministério do Trabalho. Para isso, o profissional deve provar que é brasileiro, não pode estar denunciado ou condenado por práticas ilícitas penais, necessita do diploma de Jornalismo ou Comunicação Social, com ênfase em Jornalismo, gerados pela própria unidade de ensino, e a Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Funções como colaborador e jornalistas que trabalham no funcionalismo público, exigem algumas regras. O colaborador precisa ser nascido no Brasil, deve estar quite com as leis, e necessita da declaração da empresa jornalística em que presta serviço, informando seus rendimentos e pseudônimo, caso haja.

Os funcionários públicos necessitam apresentar uma nomeação ou contratação para o cargo e atribuições as quais desempenharão, além de provas de nacionalidade e regularidade com a lei.
De acordo com o Decreto de 1.979, os jornalistas regularmente contratados em empresas jornalísticas, podem atuar como: redator, noticiarista, repórter, repórter de setor, rádio-repórter, arquivista-pesquisador, revisor, ilustrador, repórter-fotográfico, repórter-cinematográfico e diagramador. Classificadas como privativas de jornalistas, funções como editor, secretário, subsecretário, chefe de reportagem e chefe de revisão.

O jornalista pode ter o registro profissional trancado, se sem motivo aparentemente legal, deixe de executar a profissão, em um período maior de dois anos. Afastamentos como aposentadoria, viagem ou bolsa para qualificação profissional, desemprego apurado em lei e suspensão ou interrupção do contrato de trabalho.

Todo o jornalista pode ter seu contrato individual de trabalho, e seu salário reajustado, conforme a jornada normal de 5 horas, com base abaixo do salário estipulado, em acordo ou convenção trabalhista.

Quando editado o Decreto-Lei 972 em outubro de 1969, a atividade jornalística se institucionalizou, mediante a exigência de formação superior para obtenção de registro profissional. A polêmica sobre a formação acadêmica estende-se até os dias atuais, porém o decreto como observou o deputado Pastor Amarildo[2] se encontra “completamente desatualizado” diante do surgimento de novos veículos e novas formas de atuação no âmbito da comunicação social.[3]

[1] COSTA, Hipólito J., apud Antonioli, Maria Elisabete , Ensino de Jornalismo e Legislação Educacional . São Paulo: L’Editora, 2006, op.cit.,p.22
[2] NASCIMENTO, Amarildo M.S – PSB – TO. Apud Pauta de Projeto de Lei N. 708, de 2003 Acesso em 11.Set.2008
[3] TEXTO “Projeto de Regulamentação da Profissão de Jornalista”, apud ABREU, Raissa/ Repórter da Agência Senado Acesso em 11.Set.2008

quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Profissional de Jornalismo




Para ROSSI:
“É a fascinante batalha pela conquista de mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente inofensiva: a palavra, acrescida, no caso da televisão, de imagens. Mas uma batalha nem por isso menos importante do ponto de vista político e social, o que justifica e explica imensas verbas canalizadas por governos, partidos, empresários e entidades diversas para o que se convencionou chamar de veículos de comunicação de massa, diz Rossi”.[1]

O profissional dessa área atuará com a informação e notícia, mas também pesquisará, coletará dados, editará e escreverá, podendo atuar em vários veículos de imprensa como: rádio, televisão, revista, jornal, sites, blogs, assessorias de imprensa dentre outros.
De acordo com Ribeiro:

“A construção da identidade do profissional resulta do entrecruzamento de referências históricas, da identidade da empresa, da subjetividade e da classe social preponderante no grupo de jornalistas. E segue pelo menos duas dinâmicas: a afirmação de valores próprios e a resistência à imposição de valores externos.”[2]


Kotscho comenta sobre o a profissão de jornalista:
“Antes de mais nada, acho que deveria dizer o que entendo por paixão no exercício da profissão, para não pensarem que está aqui um velho poeta bobalhão, que escreve unicamente por prazer, por gostar de escrever. Às vezes, confesso, nem gosto muito de escrever(...) mas sei de alguma coisa, preciso contar. E se não sei é minha obrigação cavoucar até descobrir o que estão querendo esconder. Descobrir, contar bem contado e lutar até o fim do processo de feitura final do jornal para que a informação chegue ao leitor. Esta é a paixão do repórter! É levar as últimas conseqüências um compromisso tácito com seu tempo e sua gente. É ter humildade de ser um bom operário da informação, aquele que fornece à sociedade a matéria-prima para construir seu futuro: o conhecimento dos fatos passados da forma mais verdadeira possível”... [3]


O ritmo do cotidiano do jornalista não é dos mais tranqüilos, por conta da diversidade de assuntos que ele tem de cobrir. O profissional sempre tem de chegar ao local da cobertura, independente de circunstâncias.

A construção da reportagem se inicia pela observação e descrição de eventos ocorridos, porém sua essência destaca-se na seleção e organização das informações contidas no produto final. Consiste na captação e tratamento escrito, oral da informação em qualquer de suas formas e variedades.

O jornalista se destaca na forma como consegue firmar-se profissionalmente, no seu relacionamento com os demais e nunca interrompendo seu aprendizado, mas sempre buscando almejar uma graduação maior.

Novos desafios são lançados a cada dia para esse profissional, como a capacidade de aprender a reaprender, ter a mente aberta para entender as mudanças e flexibilidade suficiente para se adaptar a elas.

Ter como principio norteador o pensamento estratégico, que deve ser a síntese, ousadia e coragem de assumir riscos, ser revolucionário. Gaudêncio Torquato escreveu numa das edições da revista da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial: “Ainda não temos no mercado profissionais de qualidade que entendam a comunicação organizacional no sentido sistêmico [...] Falta o profissional que trabalhe de maneira sistêmica todas as áreas de comunicação e, com isso, saiba fazer uma adequada leitura da sociedade”.[4]

[1] ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo. Brasiliense. 10ª ed. 1994.
[2] RIBEIRO, José C. Sempre Alerta – condições e contradições do trabalho jornalístico. 2. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1994.
[3]KOTSCHO, Ricardo apud, Demetrio Darci, Introdução à prática do jornalismo, 1989 Ed. Vozes Ltda, Petrópolis - Rio de Janeiro, op. cit. P.13
[4] TORQUATO, Gaudêncio apud Kunsch, Margarida M. Krohling, Artigo Novos Desafios para o Profissional de Comunicação. Disponível em: Acesso em 13.out.2008

terça-feira, 28 de julho de 2009

O PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO


A comunicação teve início provavelmente a partir da gesticulação entre os seres humanos, passando pela descoberta da fala, em que ocorreu o processo de socialização mais significativo até então vivido. A necessidade de se comunicar e transcender tempo e espaço crescia, levando o homem à utilização de recursos como sinal de fumaça e batuque para tentar vencer a distância, quando finalmente chegou à criação da escrita, proporcionando a comunicação que finalmente seria perpetuada e transportada de forma mais eficaz.

Com a chegada e disseminação da escrita, a sociedade entra num novo processo, onde os modos de vida dos grupos foram mudando radicalmente, e as pessoas buscavam mais a individualidade que a coletividade. Quando finalmente, no século XX, a partir da criação dos meios de comunicação de massa, conforme MAC LUHAN a sociedade entra no processo de retribalização, a TV é o meio responsável por isso, eliminando as barreiras territoriais e mudando a relação de tempo e espaço.

Na da globalização o mundo se tornou cada vez menor e alcançável. Entretanto, foi no século XXI, que se chegou ao auge da expansão da comunicação com a disseminação da internet, tornando cada vez mais real a formação do que da aldeia global. Nesse novo contexto, com gama de recursos tecnológicos disponíveis em que a informação e aquisição de conhecimentos comuns se tornaram fator de suma importância para a vida das pessoas, considera-se desafiante o papel a ser desempenhado pelo profissional de comunicação. Para crescer e se desenvolver na era da globalização, esse profissional deve estar muito bem informado acerca de tudo que ocorre à sua volta, tanto em termos de notícias quanto de novas tecnologias.

Uma principal característica desse profissional é possuir uma mente aberta para compreender e entender as mudanças, bem como ter flexibilidade para se adaptar a elas, aprendendo a lidar com a ambigüidade e tendo a capacidade de aprender e reaprender. Outro ponto importante é que esse novo profissional deve ser sistêmico - que trabalhe todas as áreas de comunicação fazendo então, uma adequada leitura da sociedade.

A comunicação teve início provavelmente a partir da gesticulação entre os seres humanos, passando pela descoberta da fala, em que ocorreu o processo de socialização mais significativo até então vivido. A necessidade de se comunicar e transcender tempo e espaço crescia, levando o homem à utilização de recursos como sinal de fumaça e batuque para tentar vencer a distância, quando finalmente chegou à criação da escrita, proporcionando a comunicação que finalmente seria perpetuada e transportada de forma mais eficaz.

Com a chegada e disseminação da escrita, a sociedade entra num novo processo, onde os modos de vida dos grupos foram mudando radicalmente, e as pessoas buscavam mais a individualidade que a coletividade. Quando finalmente, no século XX, a partir da criação dos meios de comunicação de massa, conforme MAC LUHAN a sociedade entra no processo de retribalização, a TV é o meio responsável por isso, eliminando as barreiras territoriais e mudando a relação de tempo e espaço.

Na da globalização o mundo se tornou cada vez menor e alcançável. Entretanto, foi no século XXI, que se chegou ao auge da expansão da comunicação com a disseminação da internet, tornando cada vez mais real a formação do que da aldeia global.

Nesse novo contexto, com gama de recursos tecnológicos disponíveis em que a informação e aquisição de conhecimentos comuns se tornaram fator de suma importância para a vida das pessoas, considera-se desafiante o papel a ser desempenhado pelo profissional de comunicação. Para crescer e se desenvolver na era da globalização, esse profissional deve estar muito bem informado acerca de tudo que ocorre à sua volta, tanto em termos de notícias quanto de novas tecnologias.

Uma principal característica desse profissional é possuir uma mente aberta para compreender e entender as mudanças, bem como ter flexibilidade para se adaptar a elas, aprendendo a lidar com a ambigüidade e tendo a capacidade de aprender e reaprender.
Outro ponto importante é que esse novo profissional deve ser sistêmico - que trabalhe todas as áreas de comunicação fazendo então, uma adequada leitura da sociedade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Artigo Científico

Autores: César Paranhos e Renato Galvão


O Portador de Necessidades Especiais no Jornalismo


Resumo

Este trabalho busca acompanhar, o desenvolvimento de contratação de portadores com necessidades especiais no campo da Comunicação Social, com ênfase no jornalismo e analisar o desempenho do cumprimento de Lei de Cotas pelas grandes empresas de comunicação situadas no Estado de São Paulo. Para tanto, um grupo de pesquisadores visitou e realizou entrevistas com alguns responsáveis pela área de Recursos Humanos, bem como com alguns profissionais da área. O objetivo é destacar os projetos, realizações, potencialidades, processos de implantação e expectativas de contratação desse novo profissional que adentra a área, de forma a traçar um amplo panorama da visão generalizada quanto ao portador de necessidades especiais.

Palavras-chave: Portadores de Necessidades Especiais, Comunicação Social, Jornalismo, Empresas, Lei de Cotas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Comunicado


Ao leitor;


Eu, César Paranhos, informo que, no ultimo mês de Maio estive pessoalmente na Câmara dos Vereadores em São Paulo, para levar ao conhecimento da vereadora do PSDB, Mara Gabrilli, o programa Inclusivo, (mencionado abaixo nesse blog), na expectativa de que a prezada vereadora pudesse conhecer um pouco sobre o meu trabalho como jornalista. Uma vez, que o Inclusivo é um projeto voltado ás pessoas com deficiência “caráter” de trabalho da vereadora.

Ao chegar no gabinete da Mara Gabrilli com o programa em mãos, fui recebido e encaminhado pelo Assessor de Imprensa, Alexandre Taleb, à também Assessora, Aline Oliveira Morais, que recebeu o meu projeto e se comprometeu a passá-lo para a vereadora, Mara Gabrilli e me enviar um parecer da mesma.

Dois meses após o encontro e, eu, ainda não obtive se quer um telefonema por parte da Vereadora ou de sua Assessoria sobre o assunto em questão. Aproveitando o espaço, gostaria de reafirmar o meu respeito para com todos os profissionais envolvidos no caso e apenas pedir-lhe, que também respeitem o meu trabalho.

Sem Mais,

César Paranhos
Jornalista.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Lembrança para Aniversário


Se você gostou do trabalho, também tem um bebê e está em busca de uma lembrança de aniversário original. Envie um e-mail para: paranhos10@terra.com.br com o seu nome e telefone de contato e adquira uma lembrança personalizada de seu filho (a).

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Entrevista Especial


O jornalista, César Paranhos, aborda as falhas da Lei de Cotas em entrevista com a Ex-Vereadora do PMDB de São Paulo, Lídia Correa. Leia abaixo:

Repórter Sobre Rodas: Na sua opinião e experiência, porque que a Lei de Cotas, principalmente para as pessoas com deficiência, não funciona bem na maioria das empresas?

Lídia Correa: Eu acho, que isso é uma situação, uma lei nova, que nós precisamos trabalhar mais, sensibilizar, motivar mais a sociedade, e as empresas, para que possa aproveitar melhor o potencial que tem essa parcela significativa da população. Isso é muito importante, para o trabalho, inclusive as pessoas com deficiência têm se revelado muito para poder desempenhar o trabalho. Então é uma coisa muito positiva para todo mundo. Isso que nós precisamos demonstrar, sensibilizar e garantir. Garantir que a lei seja cumprida, porque há mecanismos para que essa lei seja cumprida e, eu acho que é fundamental. Eu sou autora da lei que garante atendimento prioritário em todo o serviço de atendimento ao público, banco, comércio, restaurante, e na época e, também, atualmente, é disseminado, é uma realidade, isso ocorre muito, mas já naquela época, não era fácil, foi em 1.992 essa lei, então nós vamos ter que trabalhar para isso.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Conheça os tipos de Saxofone

3
2

1












Legenda:
1- Sax Soprano
2- Sax Alto
3- Sax Tenor
4- Sax Barítono
Fonte: alextiso.tpnet.psi.br






































quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sobre o Saxofone


Por : César Paranhos

Pai do saxofone o belga, Antonie Joseph Sax, conhecido também por Adolphe Sax, filho de um fabricante de instrumentos musicais.

Sax, aos 25 anos vai para Paris onde acaba desenvolvendo um projeto para a criação de novos instrumentos. Ao adaptar uma boquilha, semelhante à utilizada pela clarineta a um oficleide, (instrumento musical de sopro da família dos metais). Adolphe tem a idéia de inventar o saxofone, que só seria finalizado em 1840, sendo patenteado quatro anos mais tarde.

O saxofone é pertencente a família das madeiras, embora seja um instrumento metálico é através da vibração de uma palheta (parte confeccionada em madeira fixada a boquilha), que seu som é emitido.



Fonte: wikepédia.org.br

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Popularização do Sax no Brasil


Por: César Paranhos

Instrumento musical elitizado no século 20, o saxofone cai no gosto popular após a “onda” Caio Mesquita.

Do jazz ao samba o saxofone teve seu auge junto a músicos do jazz, como Billy Paul e Jhon Willian Coltrane, saxofonista e compositor do gênero musical da década de 40. Atualmente, o sax está presente em todos os estilos musicais e, no Brasil, o grupo de samba Raça Negra é um dos que mais valoriza a presença dos metais em suas canções.

Um instrumento caro para a média dos brasileiros (em torno de 1.300 reais), pesado e desconfortável. É assim que o saxofonista e professor, Jairo Lingüiti, define o seu “companheiro” de 25 anos de trabalho. “O saxofone é um instrumento difícil de ser tocado, pesa nas mãos, é desconfortável e exige muita dedicação de quem deseja aprendê-lo. Além de ser um investimento, digamos, um pouco salgado.”

Entre os aspirantes a saxofonistas uma resposta é comum: a fonte de inspiração desses adolescentes chama-se Caio Mesquita. Descoberto pelo programa Raul Gil, o jovem músico de 16 anos e quatro CDs lançados, se tornou uma referência do sax brasileiro junto aos jovens. “O Caio toca demais afirma Pedro José da Silva, que tem a mesma idade de seu ídolo e é aluno do professor Lingüiti”.

Já para, Bruno Cardoso, o repertório de Caio Mesquita é o que lhe agrada. “Ele tem bom gosto. Adoro ouvir a música Copacabana tocada por Caio.”

Segundo o professor Jairo Lingüiti, o importante é que a nova geração está retomando o gosto pela música brasileira: “É normal admirar o talento de alguém, ter um ídolo e cada geração possui o seu . Comecei a tocar com 15 anos e tive a influência do maestro, Milton Guedes, ‘o Caio Mesquita da minha época’. Isso é natural e sadio e faz com que essas crianças se dediquem cada vez mais para chegar perto da habilidade do instrumento do seu ídolo. A MPB só tende a ganhar.”

terça-feira, 14 de julho de 2009

Papai Noel Chega Mais Cedo Em Solo Canarinho

Por: César Paranhos

Surge no Brasil a utópica queda da CPMF. Mas, sinceramente, quem acredita que no país dos impostos possa cair alguma forma de arrecadação do governo, ainda mais com a máquina pública inchada.

De onde sairá o dinheiro para cobrir os gastos de nosso Brasil que, a cada ano gasta mais do que consegue arrecadar. Então, qual será a “mágica” e quem será o “Mister M” da economia, mestre de todos os mestres, capaz de enxugar a faminta e insaciável máquina pública em benefício das classes baixa e média desse país.

Esse super-herói atende por que nome? Ou essa história sobre a queda da CPMF é, só mais um capítulo da velha e conhecida promoção política para atrair alguns pontos para a TV Senado, encobrindo da população uma realidade nada animadora sobre a necessidade de se manter esse imposto para que não surjam outros.

Enfim, o natal chega em breve e, nessa época do ano, é comum fazer promessas mesmo sabendo que não iremos cumprir. Então, a CPMF pode cair, todo mundo terá um feliz natal e viva a paz mundial!

Observação: Publiquei esse artigo antigo por considerá-lo um dos meus melhores artigos dos tempos acadêmicos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sobrevivendo do lixo, o retrato da desigualdade social

Por: César Paranhos
Histórias distintas de brasileiros e brasileiras, de classes sociais diferentes com um único ponto em comum: o lixo


O Brasil ocupa atualmente, a primeira posição no ranking mundial de país com o maior número de pessoas que sobrevivem da reciclagem. Segundo dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, (IBGE), hoje cerca de 500 mil brasileiros entre adultos e crianças se sustentam através da reciclagem de materiais descartados pela população diariamente como: papelão, latinha e garrafas Pet.

O pai de família desempregado, Joel Lima Lopes, que mantêm a casa coletando papelão e garrafa Pet pelas ruas no bairro da Barra Funda é mais um, dentre esses 500 mil trabalhadores brasileiros.”Todos os dias, saio de casa às seis horas puxando o meu carrinho, aqui pela Barra Funda recolhendo papel, papelão e garrafas de refrigerante, depois vou até a Lapa em busca de mais material. Enfim às vezes caminho o dia inteiro com um pedaço de pão, que é o meu almoço e eu sempre digo que o meu dia tem hora certa para começar, mas não para acabar”.

Só o estado de São Paulo produz por mês aproximadamente 450 mil toneladas de lixo, que são despejados entre os aterros sanitários da capital, (vulgo lixão), dentre os vários “lixões” está o de Santo André no ABC paulista local de trabalho da dona de casa e mãe solteira de quatro filhos, Vera Lúcia Garcia dos Santos. “Eu levanto todos os dias às cinco horas da manhã e vou para o “lixão” junto com as minhas crianças, porque eu não tenho com quem deixá-los. Os menores, Ana Júlia de quatro anos, Gabriela de cinco anos e o Roberto Carlos Garcia dos Santos de sete anos, passam o dia brincando com os carrinhos e bonecas, que eles encontram lá misturado junto ao lixo. Já o mais velho, Everson Garcia dos Santos 15, estuda no período da manhã e também trabalha comigo no aterro a tarde, pois sustentar cinco bocas sozinha seria impossível.”

Para a pernambucana, Maria da Conceição Soares, que há dois veio para São Paulo à procura de melhorar sua condição de vida e também trabalha pelas ruas de Guarulhos para sobreviver, a reciclagem foi a sua única alternativa. “Eu sai de Pernambuco pensando em melhorar de vida, mas quando cheguei em São Paulo percebi que a vida aqui é bem mais difícil que lá no meu estado, ainda mais para uma pessoa sem estudo como eu. Hoje pego papelão pelas ruas para poder comer e já me arrependi de ter saído de perto da minha família, se eu tivesse condições voltaria para Pernambuco agora mesmo”.

Infância Perdida

Segundo o (IBGE), cerca de 20 mil pessoas sobrevivem trabalhando como catadores de lixo na capital paulista, desse número 18% dos trabalhadores são crianças entre cinco e 14 anos de idade. É caso do menino, Pedro Henrique Machado 13, que assim como o garoto Everson, recolhe latas de alumínio pelas ruas no bairro de Guarulhos para ajudar a sua família.”Em casa somos em três pessoas, minha mãe, meu irmão de cinco anos e eu. A minha mãe trabalha seis dias por semana como diarista e leva o meu irmão junto com ela para o trabalho, enquanto eu vou a escola pela manhã e a tarde saio para catar latinha e ferro para ajudar na renda de casa. Só com o salário que minha mãe consegue ganhar por mês, em torno de R$ 280 fica difícil de manter a nossa casa e muitas vezes, quando eu não trabalhava chegamos a passar por necessidades, então eu não tenho escolha e preciso trabalhar para ajudar a minha família”.

Para a menina, Catarina Sampaio da Glória 14, trabalhar coletando material reciclável pelas ruas, além de ser fonte de renda tornou-se também a sua única atividade diária. “Eu parei de estudar na quarta série para ajudar a minha mãe a sustentar a casa, pois somente com o que ela ganha fazendo ”bicos” nós não conseguiríamos sobreviver, ainda mais com meu irmão caçula de dois anos. Trabalhando todos os dias recolhendo latas pelas ruas, revirando os sacos de lixo no parque do Ibirapuera, eu consigo ganhar por mês em média R$ 300, juntando com mais R$ 150 dos trabalhos que a minha mãe faz, no final do mês temos R$ 450 para passarmos o mês’’.

Na opinião da coordenadora educacional da escola PioXII localizada no bairro de Pirituba, Maria Aparecida Zanon Rodrigues, o índice elevado de crianças trabalhando nas ruas atualmente em São Paulo é fruto de políticas sociais ineficazes. “Todo mundo sabe que lugar de criança é na escola, porém na maioria dos casos essas crianças se vêem obrigadas a trabalharem para poderem sobreviver, uma vez que a renda familiar é baixa e os projetos sociais do tipo Bolsa Família são insuficientes e irrisórios, porque não é com R$ 90, (valor destinado pelo governo á famílias de baixa através do Bolsa Família), que conseguiremos mudar essa triste realidade vivida pelo Brasil”.

A Arte do Lixo

Não é todo o material reciclável recolhido que vai para as usinas para se transformar em matéria prima novamente, existem pessoas como a artista plástica, Ana Luiza Cordeiro Marques, que compra parte desse material dos catadores e faz do “lixo” objetos de decoração como vasos e porta velas. “Eu compro quase todo tipo de material que os catadores recolhem, desde papel até as latas de alumínio. Pois além de ajudá-los a manterem suas famílias e contribuir com o meio ambiente, meu serviço é tornar o que a sociedade descarta em algo produtivo e útil. Com as garrafas pet eu faço vasos e porta velas, já o papel utilizo como base para fazer bonecas de decoração e as latas de alumino se “transformam” em bolsas e enfeites de roupa”.

Os produtos confeccionados a base de materiais recicláveis mencionados como: vasos, porta velas, bonecas de decoração, bolsas e os enfeites de roupa possuem preços variados de acordo com o tempo empregado na fabricação de uma determinada peça. Uma vez que na maioria dos casos, esses produtos são feitos de modo artesanal e custa, de R$ 15,00 (um porta vela), a R$ 150 (uma bolsa inteira feita à mão), as classes média e média alta são as maiores consumidoras desse tipo de produto.

Reciclagem: o “lixo”, que educa

Na opinião da professora de educação artística, Cristina Barcellos, os colégios deveriam apresentar em seu planejamento pedagógico um projeto que unisse a disciplina de educação artística a temas importantes como a questão da reciclagem. “As escolas, em geral deveriam incorporar ao projeto pedagógico assuntos mais relevantes como as questões da reciclagem e do meio ambiente, criando uma relação entre os mesmos e as matérias abordadas em sala de aula, unindo o conteúdo apresentado em classe à vida do aluno. A aula de artes, tem como principal objetivo estimular e desenvolver a criatividade das pessoas, então porque não aproveitar o tema reciclagem para ensinar os alunos a transformarem “lixo” em arte. Eu por exemplo, além de trabalhar com papel, papelão, garrafa pet e latas de alumino; ensino as “minhas” crianças em classe a tornarem CDs riscados em porta retratos e enfeites de natal, pois não basta só estimularmos o lado criativo das pessoas, também precisamos formar cidadãos com mais consciência social e ambiental.”

De acordo com a professora aposentada, Vanda Almeida da Cruz, cabe aos educadores aliarem o conteúdo solicitado pelas escolas junto com a proposta desenvolvida pelo próprio professor para o andamento da disciplina. “Eu acredito que é o professor quem deve propor o andamento do seu curso, essa postura de esperar pelo planejamento do colégio para incorporar as suas idéias, (dele professor), está errada. Em 30 anos lecionando, eu nunca fiquei na dependência do planejamento pedagógico das escolas onde lecionei para trabalhar com temas importantes como a reciclagem, que atualmente está em evidencia dentro da minha disciplina. Em sala de aula sempre estimulei os alunos a criarem com latas de leite em pó, (alumínio), essas atividades resultavam em trabalhos maravilhosos ao final, pois uma criança criativa certamente se tornará um adulto mais preparado para atender as necessidades do mercado de trabalho”.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Entrevista Parte Final


Confira abaixo: A entrevista do Repórter Sobre Rodas, César Paranhos, com o Desembargador da Justiça, Antonio Carlos Malheiros.

Repórter Sobre Rodas: Qual é a sua opinião sobre o depoimento da Rosana Mikowiski, do RH da Editora Três. O que a gente pode comentar sobre essa declaração?

Antonio Carlos Malheiros: A declaração é lamentável e ao mesmo tempo é honesta, porque esta senhora do RH da Editora Três, ela poderia tranqüilamente, disfarçar informações, dizer que não está lembrada, ou até inventar dados, ela foi absolutamente honesta, e senti que ela, realmente lamenta essa informação lamentável. O cumprimento da cota que é imposto a todas as empresas com mais de 100 funcionários, da contratação de funcionários, de pessoas com deficiências, eu percebo que mais uma vez, não basta a lei, a lei está aí, a lei impele para que os empresários acolham as pessoas portadoras de deficiência, e eles vão acolher, para não serem multados, não serem processados, mas acolher de que forma, de que forma eles vão acolher, eles vão acolher na marra, ou seja, vão acolher pessoas com deficiência, sem o maior critério, ou seja, sem verificar o potencial extraordinário, que uma montanha de gente com deficiência tem, aliás, conheço pessoas com deficiências muito melhores do que aqueles que se dizem normais, aliás, normal “ninguém” é na verdade e todos nós temos as nossas deficiências. Eu posso atestar que você é muito mais sadio e eficiente do que muita gente que não apresenta deficiências. Mas, voltando, vão colocar a pessoa portadora de deficiência, ou melhor a pessoa com deficiência, porque portar deficiência, a pessoa porta e “larga” a deficiência na esquina.

RSR: Ninguém leva a sua deficiência no bolso, não é verdade?

ACM: É verdade, agora de qualquer maneira, a pessoa com deficiência, com esse potencial, ela deve ser efetivamente bem aproveitada, não basta abrir as portas das empresas, só para cumprir a cota, a pessoa tem que efetivamente ser bem aproveitada, alguém com grande potencial como você, eu vejo como uma tremenda de uma injustiça, você ser recebido em um grande jornal, em uma televisão, em uma rádio, para uma “função” de segurar o fio do microfone para não cair, quando na verdade, você é um excelente radialista, você é um excelente comunicador, enfim, eu acho, que isso é realmente o princípio da isonomia, tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, e digo para você, seguindo esse princípio e a gente tentando realmente aproveitar tudo de bom que as pessoas têm, com ou sem deficiência, nós seremos grandes profissionais.

RSR: Explique para a população que não tem tanto contato com esse termo, lei de cotas. O que é essa lei de cotas e qual foi o objetivo que ela foi criada?

ACM: O objetivo é o de inclusão. Eu não considero, no momento que eu te acolho na minha empresa jornalística, você com toda a formação que você tem, para você ficar ascendendo e apagando a luz do estúdio, eu não estou incluindo você, mais uma vez, eu estou afastando você, eu estou excluindo você de um aproveitamento, de uma convivência com o restante das pessoas que muitas vezes nem aparentam e são mais “deficientes” do que você.

RSR: Na sua opinião, porque que as empresas, não só as de comunicação, mas todas, alegam ter tantas dificuldades para a contratação desses profissionais. Serão tantas dificuldades assim, ou tem alguma coisa por trás?

ACM: Eu acho que tem um bruto de um preconceito, que é aquele, como você, que tem uma deficiência, você é deficiente para tudo, esse é o grande preconceito, se “ele” se apresenta preso nessa cadeira de rodas, certamente a “cabeça dele” é presa também, “o pensamento dele” é preso, a fala dele é presa, tudo é preso, quando na verdade, a gente nota como você caminha bem e com agilidade na comunicação.

RSR: Muito obrigado pelo elogio. Você acredita que falta incentivo por parte do governo as empresas para a contratação de pessoas com deficiência?

ACM: Não. O que falta, eu volto a dizer, é falta de coragem política, falta vontade realmente de se cumprir uma função social de se ter responsabilidade social, muita gente fala que tem responsabilidade social, mais você vai “espremer”, é só enfeite, é só para ganhar cliente, que se anuncia a tal responsabilidade social quando na verdade, não se tem responsabilidade dentro da própria casa com seus funcionários e com o próprio público, muitas vezes se comete incríveis infrações ao direito dos consumidores.

RSR: Como você acha com toda sua experiência, na profissão, que os juízes, os desembargadores, com o apoio da lei, com base nessa lei de cotas, ou em outras também, poderiam “ajudar” essas pessoas com deficiência, para que elas tenham acesso com mais dignidade, eu acho que a palavra é essa, dignidade mesmo.

ACM: Eu, que sou um crítico do poder judiciário, sou crítico, porque amo o poder judiciário, eu tenho muito orgulho de ser juiz e critico efetivamente a montanha de defeitos que nós temos. Agora, nós não temos alguns defeitos, por exemplo, em julgar casos envolvendo saúde, envolvendo pessoas com deficiência, o judiciário, tem se mostrado bastante progressista, bastante adiantado no judiciário paulista, o federal também, tem se mostrado bastante solidário com essas pessoas, trazendo justiça, não é caridade não, trazendo justiça para essas pessoas, mas ainda vejo importante, muito importante o papel do judiciário, impondo a um estado ausente que cumpra com o seu dever e em relação ao mundo privado, as empresas privadas, a coisa se torna um pouco mais difusa, um pouco mais confusa.
Por que eu vou dizer que estou cumprindo as cotas, “você” judiciário, não pode me forçar que eu coloque o “Zé”, o “Pedro” ou o “Mane”, em cargo X, para o qual eles teriam plena competência. Eu prefiro, está certo, colocar um “normal” nesse cargo, e deixa a pessoa com deficiência, para funções menores, o que é um verdadeiro absurdo. A gente tem que saber sentir, com deficiência ou sem deficiência, sentir o potencial daquela pessoa. Sentindo o potencial, nós vamos verificar que realmente ela vai ter que, é cumprindo uma cota, ficar em uma função menos relevante, ou então, por maior que seja a deficiência, já entra na empresa em um patamar superior, que traga mais proveito para a própria empresa, para os consumidores e para todos que se servem da empresa e é assim que nós vamos realizando a chamada justiça social.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Entrevista Penúltima Parte


Na penúltima parte das entrevistas. O jornalista, César Paranhos, entrevista, Juliana Evangelista, recursos humanos da Rede Tv. O jornalista, Luiz Carlos Lopes e a psicóloga e autora do livro: Meu Andar Sobre Rodas, Tatiana Rolim. Leia abaixo:




Repórter Sobre Rodas: A Rede TV têm portadores de necessidades especiais trabalhando atualmente na sua equipe, na área de comunicação, como por exemplo jornalismo?

Juliana Evangelista: Sim, nós temos 15 portadores de necessidades especiais, sendo seis da área de comunicação, aí têm o pessoal no jornalismo, têm o pessoal na parte técnica, na produção, aí eles estão misturados.

RSR: Qual as dificuldades que a Rede TV encontra para a contratação desses profissionais?

JE: A gente tem dificuldade quanto, a qualificação desses profissionais e principalmente ao acesso a região onde nós estamos localizados, porque essa região de Alphaville é longe, então isso dificulta também. Tem uma outra questão que é o fato deles não terem o DRT e o MTB, que aí dificulta ainda mais, porque a gente só contrata profissionais que estejam devidamente registradas nesses órgãos. Tem algumas atividades, várias, que a gente tem que restringir um pouco o perfil desse profissional, mas aí não entra na questão da deficiência em si.


RSR: A estrutura física que a Rede TV possui é adequada para receber esses profissionais?

JE: Na verdade nós temos uma restrição por conta da estrutura física atualmente, mas é algo que a gente está investindo bastante para melhorar. Nós sabemos que isso prejudica principalmente os cadeirantes, então a gente não consegue trazer esse profissional para trabalhar na Rede TV. A gente acredita que em um futuro próximo essa situação já esteja regularizada.

RSR: Dentro de quanto tempo, você acredita que a situação já vai estar melhor, bem encaminhada?

JE: Eu não consigo te passar um prazo. Porque, nós precisamos de aprovações. Mexer em estrutura física é uma coisa muito complicada, até porque envolve muito investimento e a Rede TV tem uma estrutura, que ela foi comprando espaços de empresas, enfim, então a gente está buscando adaptação nessas estruturas, nesses espaços hoje, mas o que eu sei, atualmente, eu não tenho tanto contato com a presidência, que autoriza esse tipo de investimento, mas isso é uma prioridade melhorar.




Repórter Sobre Rodas: Luiz Carlos Lopes, o espaço físico da empresa em que você trabalha atualmente, no caso a Ricardo Viveiros, é adequado para receber profissionais de comunicação com deficiência física, uma vez que você assim como, o repórter sobre rodas é cadeirante?

Luiz Carlos Lopes: Eu trabalho na empresa já há muitos anos, desde 1.993. Então, durante esse período as adaptações foram sendo feitas, para que eu pudesse ter um pouco mais de possibilidade de ir aos locais e de funcionalidade. Atualmente, já há cinco anos, eu trabalho para esta empresa, mas em um posto avançado na Universidade Federal de São Paulo- USP, então, eu estou em um outro ambiente também.

RSR: Têm mais pessoas com deficiência trabalhando na USP com você?

LCL: Aqui na assessoria não, mas na instituição, na universidade, há, inclusive docentes.

RSR: O fato de você ter paralisia infantil, te prejudica em algum momento para realizar os trabalhos da sua atividade profissional?

LCL: Claro, pensando na carreira como um todo, há algumas modalidades do jornalismo, por exemplo, em que eu teria um pouco mais de dificuldade para atuar. A área esportiva por exemplo, por ser um repórter de campo ou uma cobertura política, ou que você seja um setorista de congresso por exemplo, que você tenha que cobrir autoridades em deslocamento, crie tumulto, pré-coletivas, é, você teria algum tipo de dificuldade. Então, eu acho que o próprio profissional ele tem também que tentar usar sua inteligência para escolher campos que ele não tenha um grau de dificuldade locomotora dele, não vá atrapalhar o desempenho da função.

RSR: Você chegou a sofrer algum tipo de preconceito dentro da empresa em que você trabalha, no caso a Ricardo Viveiros, vinda de algum colega de trabalho seu?

LCL: Não. Nessa empresa nunca. Tem coisas muito veladas, tem coisas que você não pode assegurar, mas ouve um caso aqui na Ricardo Viveiros, mas não foi problema na empresa e sim com um cliente da empresa, e é até curioso, pois foi justamente um hospital que foi nosso cliente por um grande período, o Hospital São Luis e esse hospital eu fui responsável pela cota, e 15 dias depois, vou sempre pedindo reuniões, e aquilo não avançava. Mais tarde eu fiquei sabendo pelo meu chefe que na época a responsável pela área de marketing tinha solicitado a troca do atendimento porque entendia que eu não poderia acessar algumas dependências do hospital. Isto chegou até a ser ridículo, porque se eu não puder entrar de cadeira de rodas em um hospital.



Repórter Sobre Rodas: Como fico o psicológico de um profissional com deficiência, capacitado, que por muitas vezes não é contratado por causa da falta de estrutura física da empresa ou até mesmo sofre preconceito por parte dos colegas de trabalho?

Tatiana Rolim: Eu, acho que a resposta seria conforme a intensidade, algo para cada um avaliar. Isso seria um pai desempregado procurando por emprego, seria desqualificado por ter acima de dois filhos, ou uma idade superior, ou uma escolaridade não esperada, de repente essa incompatibilidade do perfil da vaga e acho que com os deficientes, também não é diferente, acontece muito. Sem dúvida que o psicológico e o lado emocional, ficam extremamente abalados com a questão de rejeição, e por outro lado pela questão da incompetência e o preconceito da pessoa, pensando que o profissional é incapaz de acessar certos departamentos, locais, então com certeza fica abalado sim.

RSR: O que você acha do campo da comunicação, jornalismo etc, para as pessoas com algum tipo de deficiência?

TR: Primeiro eu acho que tem que usar um linguajar adequado, como todo profissional tem que se atualizar, tem que se profissionalizar. Um exemplo disso é que hoje as pessoas com deficiências, pessoas portadoras de deficiências, é tido na nomenclatura nova de apenas pessoas com deficiências. Já veio aí de outras mudanças, aspecto cultural, aleijado, coitado, manco, portador de necessidades especiais, portador de deficiências e agora é simplesmente pessoa com deficiência. Isso tudo na verdade, repete que todo e qualquer profissional deve se atualizar, e eu fiz uma vez, uma matéria para uma revista e eles utilizaram lá um termo, se reabilitou da cintura pra cima, não é verdade, me reabilitei por inteiro, não da cintura para cima, eu sou uma mulher completa, tenho minhas dificuldades como qualquer outra pessoa com lesão medular, mas superadas e reabilitadas de uma forma integral. Então, é uma chamada pra que esses profissionais tenham uma qualificação. Recentemente houve uma mudança, as pessoas apresentavam as estatísticas e falavam, pelo menos 1.000 mortos, pelo menos 100.000 mortos, eu sei lá e isso dá uma noção que parece que a desgraça era pouca e até mudar essa colocação dos profissionais de comunicação, foi um bom tempo. Então, para mudar também essa questão da deficiência a pessoa tem que estar no mínimo qualificada pra saber do que se trata o assunto.

RSR: Agora falando sobre o seu livro, O Meu Andar Sobre Rodas, como foi a idéia de escrever esse livro?

TR: O livro ele foi publicado em 2.000, a primeira edição e agora em outubro do ano passado, foi publicada a segunda edição, trabalhando e pensando sem dúvida em uma terceira edição, acho que é uma continuidade. É o livro veio de resultados de palestras, de trabalho, tomado minha vida como modelo, pois antes do acidente eu desfilava, tive convite pra fazer propaganda, pra fazer desfile de passarela, todas essas coisas, mas isso mostrou minha história de vida, nas palestras as pessoas me perguntavam se eu tinha site e eu comecei a sentir que as pessoas queriam mais, só que eu sempre achava que eu não tinha uma história pra contar por conta de não lembrar de internação e essas coisas passaram a fazer um sentido em minha vida, que não foi o acidente, a minha vida é tudo que eu tenho conquistado durante todos esses anos e eu comecei a escrever o livro e de repente comecei a pensar o nome do livro, e o nome do livro, e quando eu estava fazendo uns capítulos surgiu à colocação e descobri dentro das minhas dificuldades que o meu andar agora era sobre rodas e foi e pronto, está aí no meu livro O Meu Andar Sobre Rodas, que fala da minha vida, é normal, sou normal, tenho as pernas tudo, mas ando sobre rodas e é com a cadeira eu vou onde quero, faço o que quero, viajo, trabalho, namoro, passeio e enfim, faço tudo.

RSR: Para quem ficou interessado pela história do seu livro e sua história, qual é o meio mais fácil de adquirir esse livro, qual a editora, informe o seu contato.

TR: Claro, eu vou passar o endereço do meu site: http://www.tatianarolim.com/

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Entrevista Parte 3


Na terceira parte das entrevistas. O Repórter Sobre Rodas, César Paranhos, entrevista o jornalista do Estado de S. Paulo, Luiz Carlos Merten e a relações humanas da Editora Três, Rosana Mikowski. Confira abaixo:

Repórter Sobre Rodas: O periódico Estado de S. Paulo, têm mais profissionais com deficiência trabalhando, além de você e eles interagem normalmente dentro de suas funções, sem nenhum tipo de dificuldade?

Luiz Carlos Merten: Com certeza. As pessoas que eu conheço e isso eu acho muito legal. Elas interagem no ambiente profissional de uma maneira assim, que eu posso te dizer igualitária, em relação as demais, ninguém ta precisando ser ajudado, de um tapinha nas costas. Ah, ele não pode fazer isso, mas enfim é importante etc... e tal. Eu tenho a impressão que todas elas, eu acho que é mais ou menos assim, uma “maratona” de deficientes, as pessoas querem ir ao seu limite, querem ser aceitas com o que podem fazer. O entrave físico é uma limitação, mas não é um obstáculo intransponível. Eu por exemplo, não tenho uma mão e um braço mas sou rápido no meu computador digitando, que os meus colegas aqui que tem duas, e sabe, isso não tem nada a ver realmente, eventualmente tem, existem casos que são diferenciados. Você sabe que eu tinha um colega há anos que, quando eu estava no início de minha carreira, lá em Porto Alegre, nos anos 70 ainda, no jornal chamado Folha da Manhã, eu tinha é um colega que tinha disritmia, dentre outros graves distúrbios, assim motores e ele por exemplo tinha extrema dificuldade, é de digitar, naquele tempo era na máquina de escrever, ainda não era no computador, e aquele cara, era uma coisa de louco, ele podia demorar é duas horas para escrever um texto que eu escreveria nessa minha rapidez de 15 a 20 minutos, mas ele tinha uma leveza, um humor, uma graça e ele fazia na realidade crônica no jornal era, uma coisa assim... mas você lia o que ele digitava com tanto esforço, você lia aquilo com um prazer extremo, sabe? E até porque por exemplo não tinha na parte dele, aliás, nada amargurado, nada disso, então eu até sempre tomei aquilo como exemplo. Pois eu, fui criado como se não tivesse nenhuma deficiência. Eu tenho a impressão que a deficiência, ela é um entrave, mas se a gente assimilar e assumir isso internamente, se assumir como um cidadão ou como um profissional de segunda categoria e aceitar isso como um limitador do que “não podemos fazer”, aceitando um espaço muito pequeno, que delimitam para gente, aí eu acho que é uma coisa grave, sabe. Eu acho que mesmo com a consciência de nossas limitações, o céu é o limite e a gente deve tentar ir sem mais além para que todos nós só cresçamos.


Repórter Sobre Rodas: Rosana Mikowski, quantos funcionários com algum tipo de deficiência trabalham na Editora Três?

Rosana Mikowski: Apenas um.

RSR: Quais são as dificuldades enfrentadas pela editora para contratação desses profissionais?

RM: Talvez o preconceito.

RSR: O preconceito por parte dos profissionais de dentro da editora, ou o preconceito da sociedade em geral?

RM: Eu acho, que primeiro dos profissionais de dentro, eu acho que depois, eu acho que faz parte de uma sociedade em que a gente vive, mas eu acho que é mais assim de dentro. Talvez eles desconheçam outras alternativas, então ficam presas naquela coisa comum na hora de solucionar um profissional.

RSR: Como é que o departamento de relações humanas, no caso você e sua equipe, trabalha com a necessidade que a gente sabe de atender a cota e de atender esses profissionais, com uma certa dignidade, digamos assim?

RM: Eu vou ser mais sincera ainda, no momento não existe esse trabalho. É, há um tempo atrás, acho que uns quatro anos atrás, nós fizemos uma seleção e nós contratamos 15 deficientes físicos, não poderia ser auditivo, porque era para trabalhar na nossa gráfica, então tinha que ouvir o barulho das máquinas, até para a segurança dele. Desses 15, ficou só esse menino que hoje está lá, porque os próprios encarregados, que não tinham formação acadêmica nenhuma, que também foram subindo assim sem qualificação nenhuma, maltratavam, não tinham paciência em explicar, achavam que era preguiça, não era deficiência, era preguiça, e eles foram indo embora e de lá para cá, ninguém nunca mais sugeriu que retornasse a contratar com deficiência, eu digo assim especial.

RSR: E quanto à estrutura física da empresa?

RM: Nenhuma, nada. Não tem uma rampa, não tem elevador, tudo é passa por escadas, não tem corrimão é assim, nada, nada, nada.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Entrevista Parte 2


Na segunda parte das entrevistas para o programa Inclusivo. O apresentador do Grupo Bandeirantes de Comunicação, Otávio Mesquita, concede uma entrevista exclusiva ao Repórter Sobre Rodas, César Paranhos. Leia abaixo:


Repórter Sobre Rodas: Eu, gostaria de saber Otávio Mesquita. Na sua experiência de 22 anos de TV no ar, quais as chances de um portador de alguma necessidade aparente, de um cadeirante, de algum problema aparente, trabalhar diretamente na televisão?

Otávio Mesquita: Eu a princípio não vejo nenhum problema. O que eu fico muito triste é que lamentavelmente todas as estruturas físicas ou grande parte delas, como são coisas bem antigas, as vezes não estão preparadas e aparelhadas para receber um cadeirante, um deficiente físico, porque não tem rampa, tem problema de locomoção, enfim, tem uma série de situações muito chatas, mas felizmente me parece que hoje em dia todas as novas edificações elas estão se preocupando muito com esse fator. Então, eu espero que esse problema deixe de existir em muito pouco tempo, é o que eu torço.

RSR: Como é que você vê a mídia lidando com o assunto do portador de necessidade especial?


OM: Eu acho que deveria ter um acesso maior aos problemas que os deficientes passam. Eu particularmente já fiz reportagem sobre isso e fiquei um dia inteiro, em uma das matérias que fiz, eu fui cadeirante, e tive uma vida normal, desde o momento em que acordei até o momento em que fui dormir, então, fiquei o dia inteiro sentado e confesso a você que eu fiquei assim muito chateado, porque eu não conseguia andar em uma calçada, a calçada é quebrada, calçada não tinha aqueles degraus para você descer, o restaurante que eu fui, não tinha estrutura de rampa, então era muito complicado, tomar táxi era uma complicação, ônibus nem pensar, enfim é uma tristeza.

RSR: Na equipe, do A Noite é Uma Criança, possui algum portador de necessidade, você gostaria de trabalhar com alguém nesse sentido, como você lida com o assunto, você Otávio Mesquita com relação ao seu programa?


OM: Eu não tenho nenhum problema com relação a isso, nunca tive, não tenho, agora nunca foram pedir emprego para mim, algum deficiente, enfim, algum cadeirante, nunca fizeram esse pedido para mim. Eventualmente na minha produtora, é uma equipe muito pequena, nós somos em seis pessoas só, então, eu não tenho a necessidade hoje de ter um..., abrir emprego assim, mas se tivesse, se eu fizesse um anúncio no jornal e aparecesse um cadeirante e ele fosse competente, para mim não importa, se ele tem problemas ou não, o importante é que ele seja uma pessoa competente naquilo que ele se propõe a fazer.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Entrevista


Confira as entrevistas exclusivas, concedidas pelos jornalistas, Mariana Godoy e Boris Casoy ao Repórter Sobre Rodas, César Paranhos para o programa Inclusivo.

Repórter Sobre Rodas: Qual é a sua opinião sobre pessoas com deficiência trabalharem no jornalismo?

Mariana Godoy: Eu acho que não daria por exemplo para um portador de necessidade especial, exercer algumas funções como jornalista, por exemplo, a reportagem de rua, nos casos factuais, aqueles que exigem a correria e uma mobilidade maior, mas para os casos de pesquisa, pros casos de trabalhos internos da redação, principalmente como editor, eu acho que o jornalismo em nenhum aspecto, nenhum momento impede a prática do exercício da profissão, por qualquer pessoa portadora de necessidade especial, principalmente na questão de mobilidade, pois tem muito trabalho feito na redação. Claro que um deficiente visual, vai ter muitos mais obstáculos para trabalhar em uma empresa, como a televisão, mas pode trabalhar em uma rádio, então, eu acho que o jornalismo é uma carreira fascinante, é uma carreira muito gostosa de seguir e não oferece obstáculos maiores do que os portadores de necessidades especiais já enfrentam aqui no Brasil.

RSR: Dentro da sua equipe possui algum portador, no Bom Dia São Paulo?

M.G: A minha equipe no Bom Dia São Paulo tem três pessoas, é uma equipe minúscula, a gente tem um diretor de TV, é com paralisia infantil, o Boris Casoy é uma vítima da paralisia infantil, a gente tem portadores de necessidades especiais trabalhando na Globo, acho que até existe uma cota para ser cumprida por leis trabalhistas, por determinação do próprio RH da Tv Globo, a gente tem essa recomendação, mas sabe que é até difícil encontrar esses profissionais disponíveis no mercado, e que sejam claro capacitados, mas na minha equipe tem só três pessoas, então é uma mini equipe.


Repórter Sobre Rodas: Boris Casoy. Na sua opinião entre os veículos que você trabalha, rádio e televisão no caso, qual deles está mais bem preparado para receber um profissional de jornalismo com algum tipo de deficiência.

Boris Casoy: Eu não vejo os órgãos de imprensa com essa preocupação. Essa preocupação não chegou aos órgãos de imprensa. Há deficientes que se adaptam a redação, eu não tenho visto a redação estar preparada, inclusive sob o aspecto físico. Sobre o aspecto de trabalho eu não vejo grandes obstáculos a alguns tipos de deficiências, mas, por exemplo em várias organizações que eu trabalhei, não havia essa preocupação e alguns lugares começam a ver essa preocupação, com acessibilidade, mas não há uma preocupação e eu não vejo muitos deficientes, por exemplo, na redação da BAND, eu não vejo nenhum deficiente, ninguém com problemas de mobilidade trabalhando aqui. Ah tem, tem deficiente trabalhando aqui, eu já me lembrei, têm deficientes trabalhando aqui e deficientes de vários tipos de deficiências.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

NOTA


Ao leitor;


Eu, César Paranhos, informo que, no ultimo mês de Maio estive pessoalmente na Câmara dos Vereadores em São Paulo, para levar ao conhecimento da vereadora do PSDB, Mara Gabrilli, o programa Inclusivo, (mencionado abaixo nesse blog), na expectativa de que a prezada vereadora pudesse conhecer um pouco sobre o meu trabalho como jornalista. Uma vez, que o Inclusivo é um projeto voltado ás pessoas com deficiência “caráter” de trabalho da vereadora.

Ao chegar no gabinete da Mara Gabrilli com o programa em mãos, fui recebido e encaminhado pelo Assessor de Imprensa, Alexandre Taleb, à também Assessora, Aline Oliveira Morais, que recebeu o meu projeto e se comprometeu a passá-lo para a vereadora, Mara Gabrilli e me enviar um parecer da mesma.

Dois meses após o encontro e, eu, ainda não obtive se quer um telefonema por parte da Vereadora ou de sua Assessoria sobre o assunto em questão. Aproveitando o espaço, gostaria de reafirmar o meu respeito para com todos os profissionais envolvidos no caso e apenas pedir-lhe, que também respeitem o meu trabalho.

Sem Mais,

César Paranhos
Jornalista.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Conheça os prós e contras do consumo de soja no Brasil

Por: César Paranhos

Pesquisas realizadas no Japão, Estados Unidos e Europa comprovam que o consumo diário de soja e alimentos a base da mesma reduz em 50% os riscos de adquirir câncer de mama e próstata.

Segundo a nutricionista, Flávia Azevedo, o segredo da soja está em suas proteínas e no baixo valor calórico do grão. “A soja é rica em fibras, que ajudam dentre outras coisas a manter o bom funcionamento do intestino. Na mulher ajuda a prevenir o câncer de mama, já no homem combate o colesterol e previne o câncer de próstata”.

O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo, responsável por 24% da produção total do produto, perdendo apenas para os Estados Unidos responsáveis por 41,5% da produção mundial, segundo dados do IBGE.

Os estados do Mato Grosso e Paraná somam juntos, a maior produção de soja do país totalizando 46,18% do cultivo brasileiro. Porém, apenas cerca de 10% do cultivo total do grão realizado em solo canarinho fica no Brasil, os 90% restantes é exportado principalmente para a China, maior consumidora da soja brasileira para a fabricação do óleo de soja, produto popular entre os chineses.

Para Azevedo, o baixo consumo de soja no país tem uma razão simples: “o povo brasileiro em geral, não possui o hábito de consumir a soja e seus produtos derivados como, por exemplo, o leite, sucos e a carne a base de soja dentre outros. O óleo de soja ainda é consumido, em muitos casos indicado por médicos como forma de diminuir o colesterol, mas o consumo de soja no Brasil é mínimo”.

O problema para o aumento do consumo de alimentos a base de soja pelos brasileiros está relacionado ao alto custo desses produtos. O leite de soja, custa em média nove reais aproximadamente 30% mais caro que qualquer outro leite em pó comum encontrado no mercado, essa diferença de preço entre os produtos, ocorre devido aos processos de fabricação e refrigeração que os alimentos a base de soja necessitam para manterem a sua qualidade. O custo desses procedimentos encarece aos produtos e essas despesas são repassadas ao consumidor final nos preços nas prateleiras dos supermercados e acaba pesando no bolso dos brasileiros, causando a diminuição da procura pelos produtos em questão.